quinta-feira, 7 de dezembro de 2017
O traje
domingo, 29 de outubro de 2017
Navalha
A mente clama por redenção.
Rendido ao suicídio.
Reclamando do assédio bem sucedido.
Sucesso, almejo mas não consigo.
Prezo que vá. Não conte comigo.
Contando os dias que tenho pela frente.
Não sei se consigo.
Afasto o perigo.
Abraço de amigo.
Inimigos são mais valiosos quando andam contigo.
Declaro guerra ao mundo.
Ao mundo desejo abrigo.
Casa. Pão. Um amor mais convicto.
De convicção o peito se alivia.
Traga aflição e conflito.
A esperança transpira.
Não sei se consigo.
Eu não sei se consigo.
segunda-feira, 9 de outubro de 2017
Mi
Persista no erro e falhe da melhor maneira possível.
O que dizer do acerto se não há falhas para medir?
Miseravelmente sinto.
A exuberância a qual minto me faz refletir.
Depois de um vinho tinto, a tela a seguir:
Pinto e bordo meios de fazê-la rir.
A vida pede acompanhamento médico.
Os médicos tem as próprias vidas pra tocar.
DJs se arriscam.
Resta aos inexperientes a borda recheada do caminhar.
Adiante.
Algumas vezes voltar.
Não obstante lembrando sempre, de vez em quando, sonhar.
Quando não se achar culpado.
Aponte o dedo a qualquer um.
Verá que dos cinco da mão, mirados em você são um?
Ao menos que seja Inácio, do mesmo jeito será cotado.
Do mesmo jeito são dois pra um.
O espelho revela o réu.
A mente que anda no céu, tem em seu chão o culpado.
Éu.
terça-feira, 3 de outubro de 2017
Para alguma Maria
a moça passar com covardia
pelo contrário, esbanjava simpatia
e a menina se divertia
causava extrema euforia
quarta-feira, 27 de setembro de 2017
Imensidão
3rês ou mais letras admitem a imensidade de um ser.
Nomearam amor como sendo um sentimento bom.
Bom que me disseram é evitá-lo como um dom.
Vamos todos acabar com a mesma falta de atuação.
Sensação de impotência. Aquilo que alguns chamam vergonha.
Outros chamam de carência.
A tendência é ficar sozinho.
Meus vizinhos ouvem música sem volume, enquanto eu grito.
É mais fácil ouvir a própria voz do que tentar cantar em outros ritmos.
Matraca arrogante com excesso de incerteza.
Prefiro não dar nome aos bois,
Quem disse que era certo dar nome pra cachorro de Teresa?
Nem nunca falaram que é errado,
Os nomes se esquecem. As faces não.
Palavras não se apegam, são como rios.
E se secar é despir-se.
Já te chamaram sem dar nomes.
Qual a funcionalidade do seu selo?
Ser lembrado por vocábulos, ocultando todos teus atos em fatos.
Fatos podem ser modificados, quebrados, furtados, jogados no lixo,
É só alguém dizer do teu lado: já vacilou comigo esse arrombado.
Enfim tua tez nutante terá um selo.
Vacilão alado.
Valeu passar por tanto perrengue pra ser visto como certo?
Quando é certo que o mais esperto não é ser lembrado.
Lembranças não trazem saudades, lembranças saúdam a distância.
Confortam sem a presença de fato.
Quero estar ao teu lado sorrindo e não em teu peito chorando.
Pronto. Provocamos em nós desconforto.
Agora podemos seguir.
segunda-feira, 28 de agosto de 2017
Retrô agrada
O que dizer da morte?
Sucumbir às dores,
Não tem me deixado forte.
Provocado pelo veneno e a sorte.
Mergulhado nas flores e goles.
Constituo dias amarelos a azuis.
Da cor que a mente permitir e o corpo se negar.
Enquanto houver fraqueza, não se terá paz.
E se a dor fortalece, reclamo e peço:
Bata mais!
segunda-feira, 21 de agosto de 2017
Deserto
Riscando a língua nos ombros, na nuca, ao pé do ouvido.
Espatifando um corpo no outro.
Sem sentido, em uma só direção.
Confusão nos sentidos.
Não sabe se beija mais ou já desce a mão.
Apertos.
Nos ossos da coluna, na cintura.
Enquanto isso a mente acusa. Fuja.
Quando a mente sufoca a alma, o que fala são ações.
Destrambelhadas coerções, correção: era só falta de aperto de mão.
Pro outro ceder, cem desesperos, bota mais um no meio.
Um caleja o peito, se aprimora? A priori quer e ao futuro é cego.
Guerra de ego. Sobram lágrimas de incerto.
Decidir entre si mesmo e si próprio.
A consciência não ataca quando o corpo é ilógico.
Atingir a si mesmo de um tiro próximo.
Arma em punho sóbrio.
Matar de vez o que a si é insólito ou abraçar de vez o saudável colóquio?
terça-feira, 1 de agosto de 2017
Sinal
um colosso de mulher
a vestimenta era decorada com flores
na saia e no interior da menina
seus olhos verdes lembrara bolas de gudes
das mais valiosas na quais me divertiam na infância
Enrolada ao pescoço
uma echarpe rosada
pura lã, um pouco castigada pelo tempo
provavelmente uma herança deixada pela vó
A pele se aproximava da negritude
simultaneamente ardia quando exposta ao sol
um enorme cabelo preto a acompanhava
fazia jus as mulheres indígenas
Quando a cigarra cantou
a índia desceu e se perdeu na mata cinza
mirou a flecha no canto esquerdo do peito
logo sendo atordoada pelas buzinas
Passei do ponto
seguindo a rotina
outro conto, mesma sina.
terça-feira, 25 de julho de 2017
O tempo vai passar
Transmitindo o que sinto através de bytes.
Sinta-se tocado na pele. Covarde.
Eu sei que sou. Me aguarde.
Arde. Faz eu querer me mover, mas aff.
Te tenho aqui na minha mão. Quadrado.
Redondo, enfeitado.
Sorriso bonito esse. Real.
Pagou por isso?
Entrego todo meu afeto a ti, sem nunca ter te abraçado.
Entende? Te amo. Só não faço nada por ti.
Te amo.
Te amo.
Te atolo e empurro meu solo.
Enquanto do alto te atinjo sem dolo.
Perdão eu não posso, eu choro.
Prometo e admito meus erros. Sincero.
A gente segue junto estando longe, espero que
Não me culpe mas se conforme.
quarta-feira, 12 de julho de 2017
Insegura Onça
Entro no banheiro, logo o chuveiro chora.
Junto da água que me escorrega,
Descem as lágrimas quase secas
Se me agacho a água da testa me rega,
Encontra as que fogem dos olhos piegas.
Se amam, se apegam, somam quando...
Enquanto corre, as flores sentem minha dor.
Murcham, horror, o porco se faz em eco.
Oinc, esquecem de mim com o fedor.
Olham para mim? Olho para elas?
Tão caladas e longe, preto ou azul, tanto faz para elas.
O universo intenso e disperso,
Por que tão abraçado por elas?
Balelas, jogos e mazelas.
Nada de papo reto.
Sem flexibilidade em retas.
Não consumo dados a vera.
Caço algo pra comer
E me recuso a comer gazelas.
Pintada por sabe se lá quem.
Sua tinta é plena fantasia esplêndida,
Desprendida das conhecidas feras.
Prometo a prosa é singela.
sábado, 1 de julho de 2017
Pra dar pra quem quiser
MOSTRO: MONSTROS? Mortos.
Moços e moças sórdidos. Católicos, prevaricando a fé.
Santificando qualquer coisa, buscando alívio nos pés.
A mil pés do chão observo, prevejo alienação.
Com a arrogância de nenhum homem, estendo as costas das mãos.
Adestrando cães fantasiados de homens. Mulheres fantasiadas de rações.
Procurando atenção nos olhos de quem nunca viu o que trago nos pulsos.
Pedindo socorro, acorrentei minha mente em insultos.
Eu xingo metade do mundo, a outra metade ignoro.
Proponho a mim mesmo a partilha de um suco de esperança pródigo.
Entenda que falo em códigos. Sórdidos são os santos da tua igreja.
Igreja do século novo, rezando com lábios na boca e imagens de nobres burguesas.
Santificadas sejam suas apostas.
Pessoas que lhe dão sempre as costas, quando o peito começa a falar.
Sentimentos quando escapam nos olhos, espantam quem não quer ouvir.
Tão nobre minha coerência quanto a de quem tu quer sempre sentir.
Entendo tua inocência, não julgo.
Preciso tomar minha decência de volta.
Enquanto tua decisão é ficar,
Bem longe das minhas respostas.
domingo, 18 de junho de 2017
Humilde soberba
ironicamente oferece abraços inesperados e apertados
nos quais anseio moradia
de riso fácil e largo
ostenta lindamente seus dentes branquíssimos
recordo de cercas recém pintadas num domingo ensolarado
como as apresentadas em filmes de época
há um forte contraste com sua pele morena
e seu cabelo cujo possui um forte tom de preto
mas sequer pingou uma gota de tinta. É ímpar.
lembrara fortemente saudosas índias
Dona de sentidos avulsos
às vezes, parece alheia ao mundo
sobra aleatoriedade
merece um universo exclusivamente seu
onde possa desfilar sua fantasia pessimista
tornando-a totalmente realista
E sobre o amor
finge não amar
é uma senhora maquiadora
contorna com maestria as lágrimas que geralmente o drama provoca
em outras como ela
é angelical em todos os ângulos
formosa de todas as maneiras
tem ciência disso
dispensa humildade e aquela chata falsa modéstia
diante de todo encanto que conduz
deveria esbanjar mais soberba
não desça do salto
ri de seus singelos defeitos
talvez seus pés sejam grandes demais
perante ao resto, vem a ser um tosco tanto faz
seu jeito sem jeito, traz gracejo
uma brutalidade extremamente dócil inviável de domar
Num espaço corporal tão estreito
ali foi onde Deus mais se aproximou do perfeito.
sábado, 10 de junho de 2017
Pessoas & Vícios
O beijo de um jeito que me reviro.
Viagem até o céu da boca.
Do norte ao sul em um momento.
O instante que mais me fez se sentir vivo.
Detalhes imaculados, reparados depois do nascimento,
distraídos, muito bem decorados. Sinto muito.
Ao passo que me vejo dependente me sinto indigno.
Uso e abuso.
Teu perfume cheiro. Assumo, parece ser o melhor do mundo.
Mal benigno, quanto mais uso, mais persigo.
Outras eu só brinco. Passo batido.
Só um gosto rápido e furtivo. Recreativo.
Sem reprimir a libido e o vício.
Algumas me deixo levar ao vício, outras uso só entre amigos.
Algumas apresento aos meus segredos, enfrento meus medos, cativo.
Outras esqueço no bolso, no canto da sala, nem ligo.
Estou vivo a+
//Tiraram a humanidade de mim.
Programaram um novo robô.
Em linguagem $, fodida de capiciosa.
Protelando o próprio fim com desejos e agrados.
Amor? Compaixão? Cabe tudo no mesmo ralo.
Desce, tu vê partindo. Fica calado.
Quando amam perto de ti, és o primeiro a estar enojado.
Vira os olhos nas crianças.
Desconectadas de tudo.
Seu código-fonte é confuso. Incompleto.
Esquece tuas ideias de mundo e passe a elas a utopia dos séculos.
Um mundo onde estar incorreto, é inerente e não erro.
Não é falha ser diferente, é sincero.
Nunca vi simetria em meus dentes, nem nos teus.
Há anos tento corrigir um erro que quem disse estar errado morreu.
Sorrisos? Saúde? Para onde e para o que? Se o mundo já pereceu.//
segunda-feira, 22 de maio de 2017
Errado
quinta-feira, 11 de maio de 2017
Doce inferno
domingo, 16 de abril de 2017
Nada
do que não podemos tocar
devaneios absurdos surgem para entontecer
do que vale o atrevimento do beijo se basta teu olhar?
sem palavras a dizer, apenas gestos para decifrar
e se o silêncio responder
saiba que quero gritar
esbravejar o singelo amor
manchar todos os muros com teu nome
ter o prazer de ouvir da tua boca
aquela honrosa frase: Que homem
morder teus lábios não mais em pensamento
e finalmente me atrever
mostrar as obras que fiz
as que procurei esconder
perder o medo do não
abandonar o receio do sim
deixar de parecer algo tão doentio
e por fim
nesse teu riacho de águas bizarras
ou apenas azuis
irei me banhar e desaguar
serei jangadeiro
mas se um dia vir a me afogar
antes de ir
boiarei em teus braços e te faço responder:
se ensinares como nadar
o que poderíamos ser?
sábado, 15 de abril de 2017
Má goela
sexta-feira, 7 de abril de 2017
Be An Actress
and lamp the sun
it needs your lungs
to breath the burns
son of puta
que a ternura da tua cintura
não caiba nessas mãos sujas
de agressividade oculta
ouvindo Rosa Lins com a Catuaba empatia
livre da torpe solitude acompanhada
prefiro lembrar teus beiços e jeitos avantajados
e de novo a paz interna encontrada
confiscando o próprio deleite de posse
entregando-o ao prazer do não
se te amar é um desencontro
remarco sem inquietação
no topo dos teus olhos atrás uma confusão
tão alta, não alcanço e salto, um tanto,
balanço, caio, não levanto, esqueço a procuração
de que posso, nem tanto, secar um pouco do pranto
do choro, a insolação do pavor do amor fugido das mãos,
encontrado nos lindos olhos de alguma das tuas irmãs,
como ímã, café e croissant, cachos e rolimãs
e a fumaça dos caminhões conduzidos por figurantes sãos.
segunda-feira, 3 de abril de 2017
sentimento cego
a mente manipula pro coração sentir
enquanto leio a bula, afogo minha ternura em mais um
copo meio vazio da mais barata gêmea de 51
será que eu sinto no peito ou na imaginação?
é fácil saber de onde vem a dor,
mas e quando a dor não vem e é só tudo inquietação?
apelo para os que dizem não,
quando bate à porta as aves e os leões
as naves e os grilhões,
lhe gritando: FUJA DE RAZÕES!
perco meus culhões perante ao brilho externo
que o interno insiste em por pra fora dela.
amarela, vermelho feito tomate em pleno inverno
esqueço que a amo quando sinto que tô sem ela
será que o coração sente ou é só eu do mesmo jeito?
tentando cavar sentimento em concreto,
ignorando as facadas no peito
quarta-feira, 29 de março de 2017
elaElaELAEla
tentando carregá-la comigo um pouco, quisera
controlar meu bobo coração e dizer a ela
que se ela quiser ir embora, pudera,
pode, ela pode e faz o que quiser
comigo, com ela, com quem permite.
a transmissão do romance,
acontece quase igual gripe.
entendo nada o que acontece,
delírio são que me apetece,
enlouquece e faz esquecer
que se hoje o dia tá ruim,
amanhã talvez eu regresse uns passos,
incline os olhos fechados,
e sem conseguir conter os cansaços
exercito o amor que me é importado.
transferido do desconhecido,
elaborado pelo irrefutável; e;
bordado pelo riso dela.
segunda-feira, 27 de março de 2017
Nas mãos
Enrolo-te nas mãos
faço-te parte da pele
sou teus pés se não quiseres o chão
serei o céu que fazes tuas preces
Amontoada de lendas e efeitos
negar a ti seria heresia
esqueço teus defeitos
poesia.
sexta-feira, 24 de março de 2017
aborrecência
tu já sentiu o cheiro da nota viva?
o tempo gasto em papel,
pra se poder manter viva e altiva,
a voz de quem não sabe plantar
e com ele compra comida.
o suor dos dias, pós os dias de amor
conhecido como adolescência
quando os sentimentos tinha mais valor
do que qualquer uma outra exigência
nesses dias sonhávamos,
deixávamos com a inconsciência
e ouvíamos as vozes da sapiência
tolos demais que éramos
capinávamos próximo à demência
a floresta emotiva com intransigência
quinta-feira, 23 de março de 2017
pensa
quarta-feira, 22 de março de 2017
fogo sem fuga
sou egoísta quando eu choro.
há coisas em você que amo;
há coisas em você que adoro;
nem por isso confuso derramo.
sei que teu caminho é amplo
e por mais que sempre sambamos;
não é sempre que tô em teus planos.
sem desencantos, voltamos e vamos,
apenas mostramos os panos.
por baixo do amor que cantamos,
tragamos o ar do que somos,
sem relatar o que temos,
vivemos em são desencontro.
pretas, morenas, brancos,
prossiga mordendo os ombros.
pretos, morenos e brancas,
proteste o cárcere cômodo.
segunda-feira, 20 de março de 2017
Eu tive um caso com o amor
se for pra ela ser a vida que você quiser levar.
Não ligo nem pra despedida, bye, adeus,
um beijo no rosto esperando um olá.
Se quiser ir vá,
o que for pra ser, você fará.
Não cabe na minha conta, as pontas no teu sofá.
Repito: minha ausência na tua vida,
é passiva-agressiva pro teu elevar;
tu liga de se despedir, volta, Deus,
estarei sempre pronto pra te abraçar.
Acanhado, com o pé na pá,
esperando o tento de ser, mas não será.
Concorda consigo mesmo e faz o coração mofar.
sexta-feira, 17 de março de 2017
¿o que você sonhava
eu sentia por ela o que ela sentia por Deus
não cabia em mim o que eu inventei
mas cabia na oração o que ela falava do ex
eu prezava pelas gotas do instante
ela a enxurrada da previsão
preocupado sempre com o cativante
enquanto ela sorria sempre pra ilusão
não me conforto com o haver do não
nem desejo o sim pra tristeza de não me ter em mãos
quero dar as mãos
dizer não aos nãos
e que se vão os vãos
de bike ou a pé,
pelados beirando a maré, baixa,
baixo volume na voz e a cara calma.
te acalma o tom da minha voz assim?
muda.
a gente
¡A gente se entrega!
¡A gente se esmera!
¡A gente se enxerga!
¡A gente se apega!
¿a gente se não fosse nós não estaríamos às cegas?
forçando com todos os motivos,
pra ter todos os sentidos,
dentro dos cabíveis ouvidos;
o que temos de mar.
sem cais, com muitos:
mas, más intuitos, insinuando coitos e;
nos confundindo aos poucos até que;
¡A gente se nega!
aceitando o corrupto amor de veludo,
no corpo de vis moribundos,
os mais belos dois vagabundos,
cansados de não se amar.
sexta-feira, 10 de março de 2017
CONTENÇÃO
e depois me engano com a própria foto
tirada nossa há outras 24 horas atrás
mostrando que nesse amor me desboto
sabes que só aceitaria de bom grado pigarros
se no lugar de tua boca fossem cigarros
e que só doparia por gosto meu senso
se no lugar dos teus lábios fosse um prensado
alongo meus pensamentos quando estacionam em você
manobro o desejo pra longe do sufoco de querer ter
em alguma mão minha,
algo vindo de ti
desconheço tuas linhas e revogo decisões
sempre ladro por péssimos motivos
dentro da minha mente é claro
nunca darei fuga a esses grilhões
admito que sinto o fim monogâmico
mas o mantenho em meu cárcere orgânico,
o coração
deixo as rédeas na mão do meu mais magnânimo
prepotente e incosequente pavio dinâmico,
chamado razão
quinta-feira, 9 de março de 2017
Nessa fila não entro
quando a cada riso não lhe combinam nem asas
e esse poema será nada mais que só mais uma falha
na tentativa incoerente de te amar com cantadas
até quando penso
me sinto imenso
que logo dispenso
teu rosto lembrar
mas dispenso o senso
e lembro teu beiço
o rosto pequeno
mas deixa pra lá
sou pouco caminhão pro montão de areia do teu coração
além de ser rouco, bobo, carrego uma frota de pouca noção
tomo nota das batidas e do olhar mais sincero e não esmero
que se eu fosse você, talvez não fosse eu quem eu quero
quarta-feira, 8 de março de 2017
Band-aid
te olho desapaixonado
te rio, te dobro, te nado
prefiro ficar à deriva,
do que chegar lá bem cansado
de ti já fiz fotografias,
algumas conscientes com grafias
outras a mais pura e ergonômica
falta de qualquer boa pentatônica
cantando em desarmonia
o teu olhar me tira do sério
e me deixa sem riso
te ter em pensamento acaba
sempre sendo um bom risco
arrisco, como petiscos,
esquivo o sentimento lembrando de algum chapisco
que na parede do amor da gente
encostei as costas
e ainda assim confortavelmente
entende que tu sente amor por mim
mas não consegue entender o amor que sente
terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
Lá Vai Ela
como as roupas que visto,
o cisco no olho me faz chorar
ninguém tá olhando, sigo meu caminho calmo
lembro do formato do teu rosto,
adoro quando olha de lado
o riso dado sem ar
a simplicidade me deixa cansado
é tanta pouca coisa pra lidar
a gente insiste tanto em se manter errado
por que não só deixar de lado
aquilo que nos deixa indisposto
você escolhe teu destino
eu decido não escolher
deixo que a dialética do mundo
implaque em mim o que tiver de ser
domingo, 5 de fevereiro de 2017
Efeitos da saudade
segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
Sem vergonha
recheada de beijos que lutei para evitar
com receio de pegar algo que me mate a curto ou a longo prazo
ignorando a tentação que faz a boca de água encher
Sensação de ter pago pelo desprezo
a cama outra vez se torna um divã
essa mulher debruçada aqui cujo nome não sei
com essas curvas plastificadas
apenas pelo prazer
Se faz de minha psicóloga
talvez psiquiatra
dizendo baboseiras que devo mas não permito-me ouvir
quando sua boca deveria estar em outro lugar
Impregnado pelo cheiro do cigarro
inundado pelo álcool que bisonhamente derramei
sobre meu traje sujo e informal
Eu sou tão infeliz todas essas noites
abarrotado de desgasto e desgosto
mas retorno em todas as próximas
com o mesmo sorriso sem graça no rosto.