terça-feira, 25 de dezembro de 2018

obrigado por ter sido sincero comigo

preciso a ti ser grato!
sei que me amavas,
mas sei que odiavas isto.

sei que atrás de cada sorriso dado,
uma flecha apontava pro seu coração
e o feria leve e destemido.

era pertinente, junto com a dor do seu riso
mas a dor da minha desistência,
era inexistente, por isso agora
mesmo que tu diga existir amor;
amor por ti já não sinto.
entendi que o que tinhas era pavor
de admitir que quando disse que tu me amas;
não querias entender que eu não minto.

só que imagina,
se tivéssemos pensado só com a cabeça do sinto.
se apenas desafivelássemos os cintos,
e aproveitado a falta de cor dos sorrisos;
enjoado com a troca de afeto dos donos dos corações mais partidos;
dos olhares trocados sortidos;
das conversas sem pé nem cabeça; que mesmo assim
soavam como mel aos ouvidos.

imagina, como tudo poderia ter sido.
poderia também ter sido doído,
doido, como a bagunça de nossas cabeças
como a bagunça dos quartos e das gavetas.
perdidos como as chaves de casa aos domingos,
ou achados, como brinquedos perdidos num circo.