segunda-feira, 29 de setembro de 2014

É ela

Provavelmente é a mais bela que vi
agradeci a Deus pelo poder da visão
incapacitado de piscar, incontrolável no sorrir
estava desconfiando de uma mera ilusão

O seu andar presenciava milhares de pés
os seus e os da multidão que lhe seguia
transformava os homens em maridos infiéis 
e atiçava a fúria nas Marias

Quando avistei, amei sem argumentos
o charme poético preenchia outro verso
seus passos são destinados ao vento
menina livre, me barateou, confesso

Os lábios são quebra-cabeças sem peças 
das que causaram emoções, o amor maior senti
quem dera eu despertar com uma dessa
realmente, a mais bela que vi.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

mar de riso

esse teu gosto de fazer querer
essa tua pena de fazer chorar
tua mania de querer mudar

vejo no riso todo teu luar
esse teu fardo pra me fazer voar
reflete ao mar o brilho do teu rosto
aquele que um dia tu me fez esboço

solta então todo o teu rancor
deixa pra mim todo o teu amor
arranca toda fúria, e se entrega sem temor

veja só o resultado
todo teu fardo se passou
não era eu o culpado
o teu problema era um favor

11 de nov de 2012 03:35

domingo, 21 de setembro de 2014

O tal

Se o indivíduo for positivo
Vai lá e fique lado a lado
Ilumine, faça-o chamativo
E o trate com o devido cuidado

Mas se o tal não aparecer
Não force sua presença
Deixe o tempo espairecer
Quando chegar, peça licença

Dizem que um dia se esgota
E que o dinheiro pode confundir
Há de gerar certa revolta
Mas sabe fazer sorrir

Sem possuir um inventor
Menino de rua, cresceu sozinho
O adotado e batizado de amor
Figura constante em todos os ninhos.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Soneto sem saudade

Tem tanto gosto na sua risada
Nem o maior encosto pode tirar
Sem nenhum defeito sai teu sorriso
Bem que eu me perco nesse hahaha

Com o dente sujo de feijão
O ar da graça te deixa sem jeito
E rimos juntos sem ter razão

Com o tempo curto pra ir embora
O ar se cala com nosso beijo
E entrelaçamo-nos na aurora

Lá de cima do outeiro a gente se ama
Abaixo do céu deitamos na grama
Incomodando os pássaros com suavidade
Poupando o fardo da longe saudade

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Paz entre dois

Quando o amor adoece
o céu logo fica nublado
toda lágrima reservada desce
e a paixão é deixada de lado

A compreensão conduz o futuro
e a paz é cobiçada no romance
cada um é o seu ponto seguro
e o errar tem outra chance

Os tapas e beijos são do roteiro
o adultério é improviso dos atores
não reacenda amores passageiros
eles são sinônimos de dores

Se a adversidade persiste
se teu amor pelo fim chegou
não chore, nem se precipite 
recomece, e lembre-se por que amou.

domingo, 7 de setembro de 2014

Geração meio-termo

Nossa geração é boa?
- Talvez sim.
E você o que acha?
- Talvez não.

Você concorda com o que a sociedade diz?
- Talvez sim.
E você o que acha?
- Talvez não.

Você concorda com as reivindicações feitas pelos homossexuais?
- Talvez sim.
E você?
- Talvez não.

Você acha que nossa geração, é uma geração meio termo?
- Talvez não.
E você? Ah, já sei que não também...
- Dessa vez eu concordo.

Dá pra gente entrar num acordo
E dizer que não há esboço
Que mais ou menos esboce melhor,
A situação atual de esgoto.

Escoa nas mentes o lixo que observamos,
Vaga pelas palavras aquilo que consumimos
E tudo isso vem daquilo que pouco enxergamos.
Contudo se desfazer disso não conseguimos.

Há uma utopia breve,
Breve a se concretizar.
Prometem que ela será leve,
Espero até lá me sujeitar.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Efeito borboleta

Dormir no teu abraço
e desfrutar desta aventura
isolar todo o bagaço
e saborear a agradável doçura

Fazer um lar nos teus lábios
bem chamativos e avermelhados
teu corpo é recanto dos sábios
e desejo pontual dos tarados

Utópico analiso nosso viver
e chegamos ao seguinte acordo
concordamos que não irá acontecer
depositamos esperanças no ano novo

Acordei no teu cansaço
amar-te é ditadura
ocorreu o retorno do bagaço
quando brinquei de aventura.