domingo, 29 de outubro de 2017

Navalha

A mente clama por redenção.
Rendido ao suicídio.
Reclamando do assédio bem sucedido.
Sucesso, almejo mas não consigo.
Prezo que vá. Não conte comigo.
Contando os dias que tenho pela frente.
Não sei se consigo.
Afasto o perigo.
Abraço de amigo.
Inimigos são mais valiosos quando andam contigo.
Declaro guerra ao mundo.
Ao mundo desejo abrigo.
Casa. Pão. Um amor mais convicto.
De convicção o peito se alivia.
Traga aflição e conflito.
A esperança transpira.
Não sei se consigo.
Eu não sei se consigo.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Mi

Persista no erro e falhe da melhor maneira possível.
O que dizer do acerto se não há falhas para medir?
Miseravelmente sinto.
A exuberância a qual minto me faz refletir.
Depois de um vinho tinto, a tela a seguir:
Pinto e bordo meios de fazê-la rir.
A vida pede acompanhamento médico.
Os médicos tem as próprias vidas pra tocar.
DJs se arriscam.
Resta aos inexperientes a borda recheada do caminhar.
Adiante.
Algumas vezes voltar.
Não obstante lembrando sempre, de vez em quando, sonhar.
Quando não se achar culpado.
Aponte o dedo a qualquer um.
Verá que dos cinco da mão, mirados em você são um?
Ao menos que seja Inácio, do mesmo jeito será cotado.
Do mesmo jeito são dois pra um.
O espelho revela o réu.
A mente que anda no céu, tem em seu chão o culpado.
Éu.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Para alguma Maria

a boca sorria toda vez que via 
a moça passar com covardia
o peito chorava com as batidas que a bela não ouvia
não exercia sua soberania
pelo contrário, esbanjava simpatia

era a voz do amante que não saía
ao se declarar, apenas gemia
e a menina se divertia 
causava extrema euforia
ao cruzar dos olhos, distraía 

em seu corpo não havia lugar para tremenda alegria
transbordava pela guria
meu lado viril facilmente se esvaía 
quem diria que desta água beberia
o acaso e seu dom da ironia
logo eu, devoto da folia
alma noturna, corriqueiro na boêmia

a dama trazia alguma magia
sempre quando surgia
a noite nunca aparecia.