sexta-feira, 30 de agosto de 2013

É preciso esperar


Mergulhei nas lágrimas que escorriam
neste momento o sorriso dormia
a senhorita tristeza ria, ria
e a alegria se despedia com a ventania

Uma penumbra total
um isolamento comum
a sombra é a única em quem posso confiar
mas ela some na hora do jantar

O que me resta é escrever
lápis, borracha e algo para beber
nada de musa inspiradora
no coração não há moradora

E nas letras contém meu desabafo
cubro a solidão de abraços
sinto que o amor procura seu espaço
mas isso é devagar, passo a passo.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Palavrão

Solta o riso que o impede
De sorrir
Solta o choro que o impede
De chorar

Eu piso no prego e furo meu pé
E vingo um altivo e bom palavrão
Eu perco um amor com um pé na bunda
E solto então mais um palavrão

Perdi uns amigos com essa mania
Ganhei uns também com alegoria
Alguns ainda insistem em fazer correção
Não dá, deixa quieto esse meu quinhão

Deixo sorrir o que me impede o riso
Deixo descer as lágrimas sem aviso
E xingo por isso e por outros motivos
E xingo por eles serem bem altivos

Para de ser assim tão pacato
É de chatear
Procura tentar algo mais despojado
Xingar não vai magoar




quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Até o mundo acabar


Risada doce como mel
olhar vindo do céu
pele macia feito grama
a verdadeira dama

Possuo pernas pra te seguir
para não te perder por aí
somos Jasmim e Aladdin
mas a história não tem fim

Flores de presente
e um coração para o pingente
meu amor em suas mãos
por favor, não deixe ir ao chão

E vivemos sem roteiro
não tente fugir, sigo teu cheiro
meu bem, sou teu por inteiro
de janeiro a janeiro.

domingo, 18 de agosto de 2013

De par em par

O que te aflige
Me faz sorrir

O que me afaga
Te faz sofrer

O precipício da nossa vida
É só o deslize de viver

O fim da cina é o desabrochar
De uma flor qualquer
De um tom de dó, ré ou mi
De um faz de conta que acabe em si

O sol é o fim da noite
E o fim de nós, é o açoite
O afago da agressão
É o esquecimento em aflição

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Abre alas


No mar de ilusão
naufraguei meu barco alegre
no campo de flores
secou o seu e outros amores

E no céu nublado
procuro meu dia ensolarado
no momento, eu sou o culpado
fiz o errado,  fato

Levou na mala a euforia
rasgou fotos, quebrou retratos
semelhante aos gregos
destruiu os pratos

Prejuízo total
financeiro e sentimental
ciúme extremamente banal
perdoe-me, foi só uma noite de carnaval.

sábado, 10 de agosto de 2013

Teu nome

Não te ter, é como te perder
Eu achei você, em meio aos embrulhos
Os pacotes guardados, o resto dos entulhos

Sabe o amor que a gente evita por descaso
Por embaraço, por solidão, de fato
De certo, do medo de não convir com o passado

Pois decido amar por insanidade
Pois decido amar por confusão com a verdade
Pois achei melhor amar a ti do que viver em sanidade 
Pois pensei melhor no que é amar sem vaidade

Pra não perder mais tempo te abro os braços
Te peço um abraço e um nada mais
Só um abraço largo que resuma o sentimento
Que faça o dia mais bonito, e que tempo passe mais lento

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Olhei pro lado, mas não te vi


Fios de cabelo no travesseiro
edredom exala seu cheiro
espio a cafeteira, sem café
7 de manhã, e estou de pé

Fadiga me consume
na pia, a louça de ontem
para piorar a dor
ligo o rádio, outro som de amor

A sobra é recordação
de falar no pé do ouvido
coisas sem sentido
e apreciar sua reação

Tudo está bagunçado
meio sem noção, fora do padrão
e você só foi na padaria
comprar um real de pão.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Não consentindo com o sentimento

Sei nem o que dizer
Nem sei o que sentir
Mal sei do que pensar
Só sei o mal que faz em mim

Pensei em te ligar
Em ti eu me atei
De repente eu percebi
Que foi a ti que eu me entreguei

O rosto de belos laços
Os castos cabelos cacheados
E o riso cintilante que me faz vibrar

O jeito de me olhar de baixo
O tamanho que me cabe o fardo
E a mania de me fazer amar