domingo, 18 de junho de 2017

Humilde soberba

Um jeito desapegado
ironicamente oferece abraços inesperados e apertados
nos quais anseio moradia 
de riso fácil e largo 
ostenta lindamente seus dentes branquíssimos 
recordo de cercas recém pintadas num domingo ensolarado
como as apresentadas em filmes de época 
há um forte contraste com sua pele morena 
e seu cabelo cujo possui um forte tom de preto
mas sequer pingou uma gota de tinta. É ímpar. 
lembrara fortemente saudosas índias

Dona de sentidos avulsos
às vezes, parece alheia ao mundo
sobra aleatoriedade 
merece um universo exclusivamente seu 
onde possa desfilar sua fantasia pessimista 
tornando-a totalmente realista 

E sobre o amor 
finge não amar 
é uma senhora maquiadora 
contorna com maestria as lágrimas que geralmente o drama provoca 
em outras como ela 
Nada é feito ela
é angelical em todos os ângulos
formosa de todas as maneiras
tem ciência disso
dispensa humildade e aquela chata falsa modéstia 
diante de todo encanto que conduz
deveria esbanjar mais soberba
não desça do salto
ri de seus singelos defeitos
talvez seus pés sejam grandes demais
perante ao resto, vem a ser um tosco tanto faz 
seu jeito sem jeito, traz gracejo 
uma brutalidade extremamente dócil inviável de domar

Num espaço corporal tão estreito 
ali foi onde Deus mais se aproximou do perfeito.

sábado, 10 de junho de 2017

Pessoas & Vícios

Um trago, um gole, um alívio.
O beijo de um jeito que me reviro.
Viagem até o céu da boca.
Do norte ao sul em um momento.
O instante que mais me fez se sentir vivo.
Detalhes imaculados, reparados depois do nascimento,
distraídos, muito bem decorados. Sinto muito.
Ao passo que me vejo dependente me sinto indigno.
Uso e abuso.
Teu perfume cheiro. Assumo, parece ser o melhor do mundo.
Mal benigno, quanto mais uso, mais persigo.
Outras eu só brinco. Passo batido.
Só um gosto rápido e furtivo. Recreativo.
Sem reprimir a libido e o vício.
Algumas me deixo levar ao vício, outras uso só entre amigos.
Algumas apresento aos meus segredos, enfrento meus medos, cativo.
Outras esqueço no bolso, no canto da sala, nem ligo.

Estou vivo a+

//Tiraram a humanidade de mim.
Programaram um novo robô.
Em linguagem $, fodida de capiciosa.
Protelando o próprio fim com desejos e agrados.
Amor? Compaixão? Cabe tudo no mesmo ralo.
Desce, tu vê partindo. Fica calado.
Quando amam perto de ti, és o primeiro a estar enojado.
Vira os olhos nas crianças.
Desconectadas de tudo.
Seu código-fonte é confuso. Incompleto.
Esquece tuas ideias de mundo e passe a elas a utopia dos séculos.
Um mundo onde estar incorreto, é inerente e não erro.
Não é falha ser diferente, é sincero.
Nunca vi simetria em meus dentes, nem nos teus.
Há anos tento corrigir um erro que quem disse estar errado morreu.
Sorrisos? Saúde? Para onde e para o que? Se o mundo já pereceu.//