terça-feira, 18 de novembro de 2014

Desaponte

Estudar um pouco;
Se aprofundar mais;
E não aprender nada;
[na verdade]

Ir pra escola;
Sair da faculdade;
E não viver de verdade.

O que dizem pra gente;
Sobre ser um alarde
E não fazer nada
Com aqueles covardes;
[na verdade]

É uma maneira, a melhor maneira;
De se esquivar da culpa;
De não ter feito nada;
A despeito dos familiares;

Familiares forjados;
Ínfimos, relaxados;
Gente que não ama de verdade;

MCs da pouca vergonha;
Reis da falta de boas cegonhas;
Aqueles que fazem da sua vida;
Mais uma vida à beira da margem
[sem vergonha]

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Um só

A moça não carece do poeta
seus passos são lindos versos
mesmo que atue de maneira discreta
deixa ao seu redor tudo disperso

Seu silêncio convence a aglomeração
os convence que terão de aplaudir
além de adocicar o salgado coração
e a dura cabeça iludir

Não arrisque reverter a situação
jamais conseguirá lhe causar amor
é invencível no jogo de sedução
o vento eternamente sopra a favor

A vida do poeta é à descrever
a vida da moça é o confundir
ele finge entender
ela finge resistir.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Viver pela metade

Tem gente que foge da verdade,
Esconde num sorriso a felicidade,
Abraça a tranquila casualidade,
Esquece de fato a beleza que arde.

É difícil aceitar a vida pela metade,
Sem completar os desejos apáticos.
É mais fácil correr atrás do palpável;
E estender as risadas porque é mais agradável.

Mas a vida pela metade,
Por mais que não se satisfaça de fato,
Vai sempre agradar mais que o incerto
E te acomodar mais, mesmo que não seja sincero.

Muitas implosões por poucos sentimentos.
Deixa sarar tuas lesões, foge desse tormento.
O olhar do teu sorriso é inclusão,
Acalmar teu coração;
não vai te dar esclarecimento.