quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Meninolheres

Menino logo quer ser homem;
E homens logo almejam as mulheres.
Menina logo quer ser mulher;
E nem tanto querem os homens.

Alguns meninos não querem ser homem,
Não por medo crescer e outras coisas;
Mas por vontade de ascender feito as moças,
Crescer seios, e a bunda ser alvo dos trouxas.

Há meninas que não querem homem nenhum;
E almejam mulheres como qualquer outro homem.
Não se vestem de homem como os meninos-mulheres,
Mas se pintam de masculinidade como nunca vi outrem.

E nesses caminhos aleatórios,
Alguns seguem outros mais distintos.
Se aventurando nas vias opostas,
Mas sem sair do próprio destino.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

O louco e a loucura

Entre murros e beijos viviam
nos risos e lágrimas sofriam
um casal preso sem prisão
unidos sem possuir a união

Quem diria? Quem apostava?
nem o próprio casal botava fé
sem planos, o par se amava
com direitos a cafuné

Era um amor inusitado
constantemente contestado
um romance hilário
a lógica escondida no armário 

Finalmente, o casamento
um brinde à confiança
espere, há um lamento
onde se encontra a aliança? 

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Não siga retilíneo

Concentrar!
Sem deixar que o qualquer te arraste.

Planejar!
Sem esquecer das escovas de dentes.

Ir dormir!
Antes que o sol nasça de novo.

Agora que já aprendeu como seguir em frente
Não se esqueça de suas pernas usar;
E não só pra andar para frente,
Use dos lados alternativa pro lar.

Em vão, no indecente busão pra guarita.
Compre balinhas pro menor ajudar;
Gaste os trocados que pretendia guardar.

No chão, que você queria pichar;
Trate de por um tapete por lá
E uma mesa de centro pro resto enfeitar.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Operário

O cansaço é notável
vive uma luta diária
em busca do agradável
livre da vida precária

É hora de despertar
nem esperou o astro rei raiar
na mesa, pão e café
traz na alma a fé

O dinheiro é vendaval
seu esforço é ignorado
desprezível patrão mal-humorado 
não é nada sentimental

No final, o salário frustou
peleja no frio, no calor
o despertador tocou
recomece, trabalhador.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O amor como vaidade

Aquilo que você chama de amor
É nada mais que a vaidade.
Do coração se esvai a dor
E na cura vem a verdade.

Das carícias bem sucedidas que me fez,
E o beijo macio que mais pareciam abraços
De tão longos e suaves, 
Um afago de Deuses devassos.

Dos olhares mais lindos e azulados,
E as ondas castanhas sobre eles
Me deixavam sempre deslumbrados
Quando então reparava os fatos:

Do coração que se esvai a dor
E na cura vem a verdade
Aquilo que me trazia amor
Nada mais era do que vaidade.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Adeus

Voou feito um gavião
em queda livre despencou
livrou-se de toda aflição
que tanto o atormentou

Foi em busca da paz
desejou o eterno descanso
saudades, era um lindo rapaz
educado e de jeito manso

Algo o perturbava
torturava o seu humor
contigo trazia a navalha
o corte era o seu maior amor

Convicto deu a partida
no jornal, outro conto suicida
finalmente o tumulto calou
quando do sétimo andar saltou.