sábado, 25 de janeiro de 2014

Protesto contra a solidão

Em tom de queixa escrevo
almejo livrar-me deste embaraço
que ignora a força do meu terço
e me conduz ao cansaço

Saia daqui, imunda
é motivo de problemas
causa de aflições profundas
só me põe em dilemas

Agradeço a companhia
vá, não guardo rancor
tua presença repudia
o mais puro amor

Liberte-me, não sou teu
nem pense que sou Romeu
entre nós, nada ocorrerá
solidão, deixe-me sonhar!

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Mesmo que doa doer!

Chega de sonhos por hoje!
Me dá uma dose de verdade!
Chega de coisas que voem!
Me tire um pouco dessa enfermidade,

Que a cada dia a mais que passe,
Me deixa jogado nas pedras de um rio,
Cuja correnteza se passa num fio
Que leva aos mais inviáveis impasses.

Impasses que te fazem desistir,
Te levantam, te botam de pé.
Atiçam a vontade de viver feito zé,
Escapando o destino que só quer oprimir.

Abra os olhos pra arte, é ela quem te faz sorrir.
Não pensa que o amor é tão bom só na arte,
É claro que a margem de toda poesia que arde
Grita tão alto com a arte que é tão bom só ouvir.

Viva! Mesmo que doa doer e que a proa se fure.
Esqueça o desdém, e o desdenhoso medo que sente
Reinvente-se no amor, quem sabe se aprume
Um rapaz, uma moça, um alguém que te entende.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Olho por olho

Deguste um chá, relaxe
acomode-se, leia o jornal
se expresse, desabafe
não lhe fará mal

O silêncio é o nada
e nem venha de careta
sabe que é amada
mesmo que seja de veneta

Por favor, não seja rude
sequer foi chamativo
disfarcei o quanto pude
por gentileza, dá um alívio

Foi apenas um olhar
àquela doce mulher
perdoe-me, tentei evitar
panhe meus olhos se quiser.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Dos efeitos da Gabriela

É você mulher, dos olhos tão infames,
que de tanto serem lindos, e mirados em mim
fazem mal ao meu despeito, e somente assim
consegues dizer do seu efeito, quem sabe me ames?

As suas fotos não condizem, com o que eles exclamam
Tão gigantes feito a vontade, que eu tenho pra contigo
Explorar campos vazios, ou montanhas altas quentes
E esfriar minha cabeça, com o deleite do ocidente.

Tanto notei nas suas notas, que exibia ao me falar
Da tua vida, do teu dia, dos caras que deixou pra lá.
E eu em suma era a consciência, de te querer cada vez mais
É impossível, é indecência. Pensar de mais em uma só.

Esqueci de tudo quando você,
se entortou pra me olhar.
E eu sem graça ao perceber
Sorri demais, mas deu pra ver?

Ah branquinha que tanto foge.
Deixa de lado esse 'se esconde'.
Vem se entregar, vamos de bonde
Pro mafuá, pra onde podes.

Vamos sorrir e se beijar,
Quem sabe ontem era o lugar
De sermos só, hoje não dá.
Me beije e só, vamos casar?

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Amor à distância, mas não distante.



Um beijo é utopia
que triste realidade
complica a harmonia
e causa saudade

Sem alarde, é sorrateira
o tempo é seu aliado
não confie, é traiçoeira
razão dos olhos marejados

O amor é apartado
mas jamais superado
pobre casal atraído
sonham com um romance lírico

De longe, trama
incendeia, provoca ânsia
separa o cavalheiro de sua dama
ah, maldita distância!

domingo, 5 de janeiro de 2014

Coisas do Réveillon (parte II)

Depois que apaguei as minhas luzes,
Me acordaram aos fortes murros.
Me levantei aos solavancos,
E me guiaram a um grande muro.

Quando notei estava cercado.
E ela gritava bem alto ao fundo,
Pra me deixarem, estava trôpego.
Mas não pararam, me deram sustos.

Depois de três ou quatro socos,
Me reergui sem tropeçar.
Esquivei de alguns chutes.
E pus uns três pra passear.

Logo depois desse embaraço,
A moça do rosto irrefutável.
Me sorria linda e inefável,
E me caiu entre os braços.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Coisas do Réveillon (parte I)

Belas morena das coxas grossas,
Fronte ao mar que se exibia,
De costa a bunda era charmosa,
Pena que o rosto ela escondia.

Fui passear. Dar uma volta.
Perante ela não me findava.
Ela virava sempre de costas.
Sem desistir eu continuava.

Seus cabelos eram divinos,
Seu corte baixo me atraía,
Sua tatuagem ludibriava,
Quem sabe os seios eram quão lindos.

Depois da volta que passeei.
Eu finalmente a encontrei,
Fronte a mim deu um sorriso
Que foi tão belo que desmaiei.