quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Doente

Imagine um pote de malícia transbordando
ou um céu lotado de estrelas ao alcance das mãos
uma fábula que a cada dia vai se contando
e um fenômeno que não possui explicação

Lábios devoradores de devaneios
alimentam as fantasias do lado oposto
a ladeira mais íngreme que não exige freio
e nada que estimule o desgosto

Pernas estonteantes convocam ao delírio
e se deixam levar pela perigosa emoção
tudo se torna um infalível colírio
sintomas que denominam a atração

Não há cura ou medicação
a doença é contagiosa
vai dos pés ao coração
e se encerra numa prosa.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

A casa no pé do morro

Te sova te mete esporro 
Te aprova e dá socorro 
Te solta e prende de novo 

Fajuta lhe dá consolo 
E sozinha diz: 
- só me faltou o dolo 

Não pensa em ter certeza 
E duvida sem sequer pensar 
Tamanha essa vil pureza 
De um tolo que só quer amar 

A casa no pé do morro 
Onde quem mora não permanece 
Quem sai nenhum dia esquece 
Que pra ela tem de voltar