terça-feira, 27 de setembro de 2016

Versos dedlicados

Plena é a cor de uma pluma suja
De tinta,
Entenda, amor, não sou a tua dor
Para ser escrita.

Abra teus olhos, mire acima
Veja meus olhos, mirados em ti
Nós somos bem tontos,
Focados em rir.

Fugindo do encontro, da pauta, dos pontos
Conversas, olhares, momentos a vir
Te afastam, me enojam, nos tiram daqui
Quem sabe sejamos distantes e pronto.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Azul

Enterro-me em cada cova que teu riso faz
venero a suavidade da tua pele
lisa como os escorridos fios de cabelo que tocam a cintura
e bailam com a naturalidade dos passos
parte do mesmo prende-se por trás da orelha
é estonteante 

Teus olhos indicam o caminho
perco-me
sempre me perco
premeditado
não pelo caminho, mas em teus olhos
olhos azuis feito céu de verão
e as beldades azuladas que o universo reúne
na vida, há beleza onde o azul toca
tu não foges à regra 
desnorteiam quem tento ser por instantes
feito uma grande ilusão de ótica
e não tenho a mínima intenção de retomar a lucidez
em teu estar viro improviso
esqueço as falas que ensaiei no apartamento
dado que sempre falta aos ensaios

Tem o controle dos batimentos
norteia os números registrados
em tua estada, elevados
em caso de ausência, similar

Como nos avantajados dias de verão
de céu azul, mar azul, de olhar azul
surge um vermelho trazido pelo o corpo tórrido
logo se expande ao meu rosto
tão quente como os sóis dessa estação
sendo assim
derreto-me feito sorvete nas mãos infantis.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

eu tô na Ásia

sem preguiça pro desentendimento
que é na dúvida, no desprendimento,
a vontade de se entender e se unir,
toma forma e começa a rir.

gargalhando sem noção da altura
e do alcance dessa maravilhosa voz.
instigante, hilariante, pra quem vê graça
em qualquer momento, impressionante.

cansando até os apaixonantes
e insensatos pensadores de leis.
anotadores, decoradores de reis
que se lembraram de escrever as rédeas.

tomando nota do que é definição.
não querendo sequer um nome,
pra tamanha decepção.

confundindo a dialética, apreensão.
simétrica alérgica a codinome,
sempre evitando satisfação.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Ímpar

Solta o sorriso e o meu se abre também
um abraço que desfaz os desvios da mente
a presença e o bem-estar, equilibra como ninguém

Da boca saem palavras refinadas
entre outras maravilhas que almejo descobrir
da mesma deslocam-se letras de pontas afiadas
trate o coração de não ouvir

Lúcida com os desvarios que a circula
une dons fáceis de convencer 
direta aos pontos fracos, sinais de tortura
certeza do corpo padecer

A voz não sai

a língua trava

Guarde esse segredo com você
és singular, tenha dimensão.

domingo, 4 de setembro de 2016

A DESESTIMULANTE HISTÓRIA ENTRE ALGUÉM E ELE

não
precisa
não precisa
precisa que não
se diga

sim
aflita
sim aflita
aflita que se explica
sua desorganizada solidão

e quando te aponto
os pontos já destoantes
e tontos
da sua mentira afirmação

tu ri, ignora, quase por dentro chora
enquanto fora o solstício entre dor
e conforto, desgosto, parte na aurora
pro repouso, no caminho cata-se uma flor

finalmente desabafa, se abre, me abraça
conta um pouco de quase tudo, me afasta
olha bem firme pro meu rosto, me ajeita
tira do meu cabelo alguma coisa e me fala

amo você como amava você ontem
anteontem e há um tempo atrás
mas meu amor é só decoro, enfeite
não carregue pra dentro demais

esse amor é só um pouco de mim
por dentro eu sou muito mais
tenho o amor e amor pra exibir
e não quero seu amor jamais

tortura essas inúmeras
algemas inseguras
soltas
legítimas até

defendidas mesmo impuras
mas quem diz
ser o que é

me afundo em tua ternura
pena ser o terno
ainda loucura

mais favor por amor
por pouco que seja os dias
se der um pouco
me atura