segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Jeito mulher

Encanta com seu canto
é o caminho sem fim
seu cheiro deixa-me manso
o leve perfume do alecrim

Por ela perco o sono
quando fecho os olhos, é amanhecer
não pense ser abandono
é apenas o jeito mulher de ser

É incompreensível
qual é a graça de compreender?
extremamente sensível
vai saber o porquê

Traz no andar a confiança
no sorriso, a simpatia
trago a brilhante aliança
para brindar a harmonia.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Entre o Natal e o final

De todos os natais do mundo
O que me resta é o ano novo
Porque neste eu só fiquei mudo
Com as velhas piadas e nada de novo

E que Hanukkah seja mais alegre que isto
Porque os conceitos judaicos, ultimamente
Tenho drasticamente levado consigo
Deixando migrar sem sequer algum visto

Entre os dois, há um obséquio
Dia dos salva-vidas ninguém lembra
E por obséquio ninguém se arruma
Ou faz comida e diz pra ti: Entra!

No ano novo que se tornará velho
Que os dias não passem rápido
Que os tios se tornem ágeis
E não me façam piadas por estar velho.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Terá volta

Partiu de mala e cuia
revoltada com sua vida
se foi sem frescura
nem houve despedida

Abandonou a cadela
desapegou do emprego
que feio, donzela
entendo, quer sossego

Resolveu viver só
não quer perseguição
fez a cabeça da um nó
e uma angústia no coração

Sei que retornará 
não precisarei clamar perdão
o tempo passará 
e sentirá falta de seu cão.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Em 45 minutos

Chute de trivela
De fora da área.
Nem deu muita trela,
O goleiro era o cara.

Chute forte, uma bicuda
Do lado da trave, pertinho do Gol.
Esbarrou no zagueiro que passou bem na hora.
E o goleiro insensato espalmou lá pra fora.

Agora vai, agora é gol!
Preparou a corrida, até flores levou,
Engelzou o cabelo, era noite de amor.
Avistou o goleiro e no freio pisou.

Abismado notava que o goleiro dormiu.
Resolveu ir de vez atrás da menina.
Mas o zagueiro que tava lá perto
Levantou-se primeiro e catou-a discreto
E já foi sua vez, conquistou a guria.
O atacante da vez, era o primo que ria.

Então cessou tua cina e tornou a chorar
Preparou sua sopa e uma baita colher
Olhou da janela a donzela passar
Era pena que dela já fizeram mulher 

sábado, 14 de dezembro de 2013

Doce, doce

Teu beijo é desejo, morena
seus lábios decoram o meu paletó
batom vermelho extinta o dilema
eu, tu e só

Darei a ti um anel
 eternizarei a nossa afeição
coroar todo esse mel
que adoçou meu coração

Sua voz traz paz
sua beleza, euforia
sou um nobre rapaz
em que causou alegria

Tem o perfume do campo
coberta por flor
ah, amo-te tanto
amo-te, meu amor.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Dia sete

Talvez a poesia seja minha dama
Ela não me exige nada
Ela não me exige gana

É a única que pra me amar
Não precisa de insistência
Ela me ama por suspiro
Me ama por consequência

Ela não pensa duas vezes no sentimento
Não rejeita o futuro do vento
Se faz residente da cina
Se torna um presente poema

E antes que acabe minha vida
Que resseque minha pena
Ela vai me querer por penumbra
Não vai me agredir num dilema

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A gaivota

O vento sopra contra
ela se encontra tonta
faz força, mas não adianta
à procura de ouvintes, ela canta

 Do alto do morro
aprecia e vigia o litoral
praia, samba, carnaval
é, nada mau

 Gosta de tempo bom
se chove nem aparece
é fã do verão e de peixe carece

 Aplaude a muvuca
é astuta, é carioca
voa com toda elegância 
é uma pena só ser gaivota.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Pretinha

Um molejo escomunal
Devorando o meu querer
Me deixando a definhar
Platinando o meu viver

Mas quem sabe talvez,
Talvez quem há de saber?
Quem sabe um trépido olhar
Revele um fictício querer

Chega de tanto sonhar
Vou cair pra dentro, vou tentar
E talvez lá por dentro haja vontade.

Cansei de só observar
Vai acabar o tempo, só resta o caminhar
E quem sabe no futuro, não haja nem saudade.