terça-feira, 25 de julho de 2017

O tempo vai passar

Vou te amar de longe.
Transmitindo o que sinto através de bytes.
Sinta-se tocado na pele. Covarde.
Eu sei que sou. Me aguarde.
Arde. Faz eu querer me mover, mas aff.
Te tenho aqui na minha mão. Quadrado.
Redondo, enfeitado.
Sorriso bonito esse. Real.
Pagou por isso?
Entrego todo meu afeto a ti, sem nunca ter te abraçado.
Entende? Te amo. Só não faço nada por ti.
Te amo.
Te amo.
Te atolo e empurro meu solo.
Enquanto do alto te atinjo sem dolo.
Perdão eu não posso, eu choro.
Prometo e admito meus erros. Sincero.
A gente segue junto estando longe, espero que
Não me culpe mas se conforme.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Insegura Onça

Por onde piso, o mundo se apavora.
Entro no banheiro, logo o chuveiro chora.
Junto da água que me escorrega,
Descem as lágrimas quase secas
Se me agacho a água da testa me rega,
Encontra as que fogem dos olhos piegas.
Se amam, se apegam, somam quando...
Seco meu corpo e saio pelo corredor.
Enquanto corre, as flores sentem minha dor.
Murcham, horror, o porco se faz em eco.
Oinc, esquecem de mim com o fedor.
Na varanda observo as estrelas.
Olham para mim? Olho para elas?
Tão caladas e longe, preto ou azul, tanto faz para elas.
O universo intenso e disperso,
Por que tão abraçado por elas?
Cansado do céu, vou às telas.
Balelas, jogos e mazelas.
Nada de papo reto.
Sem flexibilidade em retas.
Prefiro o haver do silêncio,
Não consumo dados a vera.
Caço algo pra comer
E me recuso a comer gazelas.
Onça apavora por ser bela.
Pintada por sabe se lá quem.
Sua tinta é plena fantasia esplêndida,
Desprendida das conhecidas feras.
Beleza interna e externa,
Prometo a prosa é singela.

sábado, 1 de julho de 2017

Pra dar pra quem quiser

Passando a visão pra cego, exibo.
MOSTRO: MONSTROS? Mortos.
Moços e moças sórdidos. Católicos, prevaricando a fé.
Santificando qualquer coisa, buscando alívio nos pés.
A mil pés do chão observo, prevejo alienação.
Com a arrogância de nenhum homem, estendo as costas das mãos.
Adestrando cães fantasiados de homens. Mulheres fantasiadas de rações.
Procurando atenção nos olhos de quem nunca viu o que trago nos pulsos.
Pedindo socorro, acorrentei minha mente em insultos.
Eu xingo metade do mundo, a outra metade ignoro.
Proponho a mim mesmo a partilha de um suco de esperança pródigo.
Entenda que falo em códigos. Sórdidos são os santos da tua igreja.
Igreja do século novo, rezando com lábios na boca e imagens de nobres burguesas.
Santificadas sejam suas apostas.
Pessoas que lhe dão sempre as costas, quando o peito começa a falar.
Sentimentos quando escapam nos olhos, espantam quem não quer ouvir.
Tão nobre minha coerência quanto a de quem tu quer sempre sentir.
Entendo tua inocência, não julgo.
Preciso tomar minha decência de volta.
Enquanto tua decisão é ficar,
Bem longe das minhas respostas.