segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Jeito mulher

Encanta com seu canto
é o caminho sem fim
seu cheiro deixa-me manso
o leve perfume do alecrim

Por ela perco o sono
quando fecho os olhos, é amanhecer
não pense ser abandono
é apenas o jeito mulher de ser

É incompreensível
qual é a graça de compreender?
extremamente sensível
vai saber o porquê

Traz no andar a confiança
no sorriso, a simpatia
trago a brilhante aliança
para brindar a harmonia.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Entre o Natal e o final

De todos os natais do mundo
O que me resta é o ano novo
Porque neste eu só fiquei mudo
Com as velhas piadas e nada de novo

E que Hanukkah seja mais alegre que isto
Porque os conceitos judaicos, ultimamente
Tenho drasticamente levado consigo
Deixando migrar sem sequer algum visto

Entre os dois, há um obséquio
Dia dos salva-vidas ninguém lembra
E por obséquio ninguém se arruma
Ou faz comida e diz pra ti: Entra!

No ano novo que se tornará velho
Que os dias não passem rápido
Que os tios se tornem ágeis
E não me façam piadas por estar velho.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Terá volta

Partiu de mala e cuia
revoltada com sua vida
se foi sem frescura
nem houve despedida

Abandonou a cadela
desapegou do emprego
que feio, donzela
entendo, quer sossego

Resolveu viver só
não quer perseguição
fez a cabeça da um nó
e uma angústia no coração

Sei que retornará 
não precisarei clamar perdão
o tempo passará 
e sentirá falta de seu cão.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Em 45 minutos

Chute de trivela
De fora da área.
Nem deu muita trela,
O goleiro era o cara.

Chute forte, uma bicuda
Do lado da trave, pertinho do Gol.
Esbarrou no zagueiro que passou bem na hora.
E o goleiro insensato espalmou lá pra fora.

Agora vai, agora é gol!
Preparou a corrida, até flores levou,
Engelzou o cabelo, era noite de amor.
Avistou o goleiro e no freio pisou.

Abismado notava que o goleiro dormiu.
Resolveu ir de vez atrás da menina.
Mas o zagueiro que tava lá perto
Levantou-se primeiro e catou-a discreto
E já foi sua vez, conquistou a guria.
O atacante da vez, era o primo que ria.

Então cessou tua cina e tornou a chorar
Preparou sua sopa e uma baita colher
Olhou da janela a donzela passar
Era pena que dela já fizeram mulher 

sábado, 14 de dezembro de 2013

Doce, doce

Teu beijo é desejo, morena
seus lábios decoram o meu paletó
batom vermelho extinta o dilema
eu, tu e só

Darei a ti um anel
 eternizarei a nossa afeição
coroar todo esse mel
que adoçou meu coração

Sua voz traz paz
sua beleza, euforia
sou um nobre rapaz
em que causou alegria

Tem o perfume do campo
coberta por flor
ah, amo-te tanto
amo-te, meu amor.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Dia sete

Talvez a poesia seja minha dama
Ela não me exige nada
Ela não me exige gana

É a única que pra me amar
Não precisa de insistência
Ela me ama por suspiro
Me ama por consequência

Ela não pensa duas vezes no sentimento
Não rejeita o futuro do vento
Se faz residente da cina
Se torna um presente poema

E antes que acabe minha vida
Que resseque minha pena
Ela vai me querer por penumbra
Não vai me agredir num dilema

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A gaivota

O vento sopra contra
ela se encontra tonta
faz força, mas não adianta
à procura de ouvintes, ela canta

 Do alto do morro
aprecia e vigia o litoral
praia, samba, carnaval
é, nada mau

 Gosta de tempo bom
se chove nem aparece
é fã do verão e de peixe carece

 Aplaude a muvuca
é astuta, é carioca
voa com toda elegância 
é uma pena só ser gaivota.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Pretinha

Um molejo escomunal
Devorando o meu querer
Me deixando a definhar
Platinando o meu viver

Mas quem sabe talvez,
Talvez quem há de saber?
Quem sabe um trépido olhar
Revele um fictício querer

Chega de tanto sonhar
Vou cair pra dentro, vou tentar
E talvez lá por dentro haja vontade.

Cansei de só observar
Vai acabar o tempo, só resta o caminhar
E quem sabe no futuro, não haja nem saudade.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Moça dos sonhos

Desenharei teu corpo com perfeição
o destino está traçado
é eu e tu, lado a lado
beija-me, deixa-me atordoado

Tua presença irradia
o céu entrou em sintonia
está estrelado, pedindo uma serenata
vale um brinde, traga a taça

Meu violão tocará seu puro coração
pulará, saltará, é a emoção
leva-me ao paraíso
com amor me faça perder o juízo

É só de ti que preciso
é encanto o teu sorriso
menina, moça, mulher
sonho de um homem qualquer.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Branquinha

Teus cabelos cacheados
Teu molejo complicado
Tua manha em me prender

Teu sorriso despojado
E teu riso cintilante
Tua vinga em me bater

Teus olhinhos desviados
E teu corpo junto ao meu
Quer que seja namorados
Quer que seja, seja eu

Então me acabo em solitude
Plena virtude do teu beijo
Me faz valer a juventude
Sonhar consentindo o desejo


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Je t'aime


Paris estava em chamas
casais em beijos fervorosos
a cada toque de lábios, fogos
os mais empolgados, rolavam na lama

Torre Eiffel era espectadora
e naquela noite, amadora
o Arco do Triunfo, comemorava mais uma vitória
agora, do amor

As correntezas do Rio sena
protagonizavam uma nobre cena afeição
só navegavam de mãos dadas
nada de solidão

A regra era amar
rir, beijar, dançar
sem temer o temido amor
viver como um nobre sonhador.

domingo, 17 de novembro de 2013

O dilema da encruzilhada (parte 2)

Quem sabe dela?
Alguém sabe dizer?
Amores por ela?
Não me falta saber.

Te perguntei daquela
Essa mesmo; a sequela 
Do maior amor,
Depois do maior beijo.

Sobrou as esferas,
As cores d'água na cela.
A poesia do cantor e poeta.
E em mim aquele mesmo receio.

Eleva a maldade que anda de lado do amor.
Expressa a vaidade que anda de lado ao rancor.
Exubere suas curvas serenas e teu jeito de amar.
Não deixe que um caminho cortado te faça cansar.

Alcance sua cota, sua viga indisposta não te faz descansar,
Sua mãe já lhe disse: o amor é o que há, e quem ama consente.
Pois a faça orgulhar e um dia dizer: ensinei essa moça, a pensar e viver.
Mas não pense bastante, e não vá desalinhar, o amor é inconstante, mas já vai te encostar.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Maior beijo de amor

Ao passar dos dias, as noites se calam.
Com o cair da tarde, as noites se abram!
Quero que digam pra ela de todo o amor,
Expressem por mim o que ela me trás por favor!

As sobras de orvalho que caem mais cedo
Não se deixem errar nossos corpos jogados
Caiam por nós feito filme romântico
Orem por nós orquestrem um cântico

Do beijo não posso falar
Não senti, não vivi, quero a par
Com ela, Lisbela, serena a mais bela
Minha cina, poema, poesia, cinema

Depois do calor do beijo no arvoredo
Ressenti meus poemas e minha esguia
Revivi minha cina e minha poesia gritou
Foi de longe meu maior beijo de amor

10-11-2013

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Cala-se, canário.

À beira da ventana um canário
na ponta do quarto o solitário
buscando poetizar sobre amor
com seu lápis e o copo de licor

Papel sem sinais do grafite
inquieto carrega uma adaga
as bicadas na vidraça persistem
e outro maço de cigarro traga

Desespero domina o escritor
o incômodo ruído é trilha musical
leu mil meios de abater sem dor
com temor de ferir seu emocional

Cobiça a paz da quietude
suplica o segredo que silencia
o pássaro de trezentas virtudes
que na janela assobia.

domingo, 3 de novembro de 2013

O dilema da encruzilhada (parte 1)

A essência do teu beijo
O calor das tuas mãos
Devaneio nos teus seios
Nos abraços feito ímãs

O destino era nosso
E o presente concordou
O passado deu de ombros
Mas o futuro rejeitou 

No presente plantei sementes
Ergui vigas proeminentes 
Amei a ti sem coincidentes 
Fui reincidente da solidão

Depois do lastro do nosso amor
Veio abaixo nosso convés
Pularam pois nossos marujos
E no viés os botes reles
...

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Falta o tempero

Ela une sol e lua
por pura simpatia
céu e mar contemplam sem cessar
improvável não amar

Na terra não há nada igual
resumo da palavra sentimental
rezo que, em breve, formemos um casal
a temperada e o sem sal

Fidelidade prometo a ti
te sigo do Oiapoque ao Chuí
meu amor, não haverá solidão
aliança portará em sua mão

E de beleza é entendida
de sua vida não vejo saída
por ventura te encontrei
olhei, parei, amei.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Conselhos de um futuro presente

Se olharmos em volta
Nos vemos sozinhos
Quem sabe na volta
Encontremos abrigo

Quando a faca e pão
Te forem entregues
Procure a manteiga
E o queijo que queres

Não faça com pressa pra desafinar
Descanse a cabeça e a deixe opinar
Não haja com o rude pensamento hostil
Desvie impurezas com um rosto de abril

Bem leigo e murcho
Depois do calor de verão
Vai receber uma sova do frio
E então, florescerá


domingo, 20 de outubro de 2013

É só mais uma noite

A noite está nua
quem possuir um amor, usufrua 
não há censura
é só ir à rua 

O sutiã feito de algodão, sumiu
um pequeno pano, bem sútil
lua cheia de enfeite
hoje, apenas hoje, aproveite

Exalando o brilho
é, causa arrepio
produzida por pincéis
rapazes, tragam os anéis

Foi um ensaio sensual
aos amantes de nudez
obra-prima emocional
que o divino fez.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Mão-amiga

das mãos tiramos o tudo
o nada e o convincente
com elas somos astutos
nos torna proeminentes

as vigas são nossos braços
os cotovelos compõem-nas também
os pulsos nervosos as fazem mexer
e o resultado gozamos ao ver

nos abraços elas servem de âncora
nos amassos elas causam arrepios
durante o dia nos sustenta um carinho
e na vida é fiel bom amigo



quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Narciso

Feio o que não é espelho
reflexo me traz os belos devaneios
pode parecer bizarro
uma imagem prejudicar mais que cigarro

Indago sobre mim
estou em extinção como marfim
imperfeito, porém perfeito
o estranho e agradável sujeito

Há de chegar o dia
e marcará o fim da agonia
curiosidade matará o gato
sou minha maior ameaça, fato

Na beira do rio
olho-me, e paraliso
e por ali eu fico
prazer, Narciso.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O conto da padaria - Achocolatado


Passavam se os dias e nenhuma notícia do seu Joaquim, já estava internado fazia dias e nada, ninguém vinha falar sobre, o que será que aconteceu com aquele velho? Fiquei me indagando em uma posição completamente filosófica, sentado na mureta da varanda recostado em uma das pilastras com a mão esquerda no queixo, e fiquei assim até o sol se pôr.

— O que cê tá fazendo aí? — perguntou minha criança com aquele brilho no olhar tão lindo, me salvando daquele devaneio que já estava se tornando nocivo

— Vem cá minha filha — catei ela pro meu colo — Papai tá pensando. — respondi já quase lacrimejando

— Ô pai, tá chorando por quê?

— Tô chorando não minha filha, chorar é tristeza, tô resgatando umas emoções alegres e me emocionei.

    Ela sem entender nada, e eu muito menos, sorriu do jeito mais doce que uma criança pode sorrir, me tragando com aquela doçura e varrendo toda aflição que havia em mim. Aquele sorriso não era só uma fonte de inocência era o sorriso da mãe na juventude, me trazendo as melhores fagulhas de lembranças lindas da minha vida. E olha eu já entrando em devaneio de novo. Minha filha se entendiou com a minha falta de resposta e saiu do meu colo balbuciando alguma coisa que não consegui ouvir.
    Pensei em ligar pra minha esposa mas desviei do telefone e fui direto a escrivaninha. Estava ocioso naquelas férias, os amigos bancários entraram em greve e aderi ao mesmo. Resolvi então pôr em prática um hobby bem antigo que não o fazia há muito tempo, escrever. Catei um papel e caneta qualquer só pra organizar as minhas ideias e foi aí que decidi refazer meu romance com Lisa, a minha tão citada e amada mulher.
    Cacei então algo pra comer uma bebida quente, preparei um leite com Nescau, bebida quente ao pé do vocabulário de bar eu não podia mais tomar, depois dos meus recentes problemas fiquei afastado de muitas dessas anestesias do mundo real. Comecei e não parei mais de escrever, relatei com minuciosos detalhes desde o primeiro riso frouxo até o último tapa no rosto de paixão, vamos assim dizer, meu amor passou por tantos altos e baixos. A vantagem que foram esses declives nas entrelinhas da nossa história, nada nos ocorre de ruim agora, e espero que se mantenha assim.

domingo, 6 de outubro de 2013

A vassourada do Romeu

o ávido rapaz
da coroa azul
o lépido e fugaz
vinha lá do sul

como vigarista falaria dos seus feitos
com a mão na cinta, seduziria os desejos
fez-la o almejar, e a trouxe de lá pra cá
fez-la balbuciar, sobre o beijo que iriam dar

e ele menino folgado, dos lábios azuis
dos olhos laranja, da capa e do blues
cantarolou um dos seus e se deu por Romeu
conquistou Julieta que o seu beijo cedeu

foi quando Olga apareceu, a mãe de julieta
e uma vassoura com destreza ao moço ofereceu
se ele aceitasse levava a moça á sua morada
mas ele recusou e o que restou foi vassourada

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Oh, Madá!


Ela é alegria e depressão
contra carência é a indicação
verdadeira garota de Ipanema
meu bem maior, Madalena

Inspiração aos poetas
agita corações quietos
mulher do toque leve
pele clara, neve

Leva-me ao delírio 
aos meus olhos é colírio
deslumbrante feito um beija-flor
Dos teus lábios, quero sentir o sabor

Teu olhar é um labirinto
me arrisco e vou sozinho
dedico a ti o poema
a ti, Madalena.

sábado, 28 de setembro de 2013

Brado retumbante

a visão do mundo é cega
o mundo não tem olhos
o visionário é iludido
só enxerga pelos sonhos

a realidade desvirtua
a mortalidade se atua
a ociosidade se apresenta
toda sinceridade se ausenta

ainda há um canto utópico
em meio a correria da cidade
ainda há um brado honrado
em meio a obstrução da verdade

pra todo desuso desse quindim
há o bom uso da falcatrua
e ainda há guardado no bolso de trás
um rapaz bravo pra mudar o país

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Tempo ruim

Céu nublado, lembro de ti
na chuva, a se despir
vento forte, tristeza passava longe
 possuía a calma de um monge

Como toda tempestade, passou
é, acabou o amor
ah, da saudade não sinto o sabor
enfim, o sol raiou

A dor que te atinge
me comove a certo ponto
o desânimo que transmite
me deixa tonto

Sei que o temporal voltará
destruindo alma e coração
não me protegerei, pode molhar
de guarda-chuva não faço questão

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

De ateu a comungado

que deus conceda em valsa
esse nosso desprendimento
que deus planeje a clausura
pr'eu te ter por um momento

vou pedir pros anjos
que minuciem nosso encontro
e que esses teus demônios
não nos roguem desencanto

e que minha fé possa apontar
qual caminho devo seguir
e que deus não me desconte
o quanto eu o reneguei

e que se dane todos os condes
da minha antiga aflição
eu me aprumo em horizontes,
pontes do amor em comunhão

domingo, 15 de setembro de 2013

Meu sertão

A água ilusória nas casas
transborda nos olhos populares
azar meu não ser anjos de asas
iria voar alegrando os lares

Porém o sorriso insiste em aparecer
serena, a gaita conforta o sertão
há esperança no velho amanhecer
clamo ao céus que regue o meu chão

Nosso gado enfeita a terra
meu deserto é cenário de guerra
a fé afoga-se nos mares de areia
oceano sem a presença de sereias

Gonzaga orai pelo povo
e a chuva caia no telhado
numa vida repleta de estorvos
desejo meu caminho molhado.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O conto da padaria - Os Sonhos

    

    E na padaria me disseram:

— acabou o pão, agora só tem sonho

    Respondi já desgostoso do dia que havia passado:

— então me vê uns dez, pois há tempos não durmo, há dias não curto a noite de olhos fechados

— senhor, aqui é padaria e não um “consultório psiquiátrico”, deixe de ser mal-humorado


Calei-me, seu Joca estava certo, nem agradeci os sonhos fui pra casa comê-los quieto.

    E na casa me disseram:

— amor, acabou o leite, dá pra ir trazer mais?

   Respondi me afagando com a doçura na fala daquela mulher, da minha mulher:

— claro meu bem, logo vou, só me deixe guardar as coisas do trabalho

    E fui de volta a padaria, dar de cara com o padeiro já desgostoso de me ver voltar.

— tem pão? disse-lhe. Apenas para ver corar sua branca pele, e embaraçar mais ainda seu dia.


— não rapaz, você já não tinha vindo aqui ainda agora? não me ouviu dizer?


— ah sim, desculpe-me, e leite, tem aí? Ou vou ter de ir buscar num consultório psiquiátrico?


— olha, não tiraste o dia pra me atazanar moleque? Pois se veio, caia fora já ou lhe dou uma sova!


— não, que isso seu Joaquim, vim em busca da lata de leite, mais nada, tem aí?


— claro que sim, já venho.


    E fora buscar o tal leite, que na minha opinião me ajudou a repassar o meu estresse pro coitado do seu Joca, bom, sei que é errado o que eu fiz, e que costumo fazer. Dar aos outros os meus problemas, causando alguns descasos para transmiti-los.

— tá aqui, dê me o dinheiro e caia fora

— tome, pode deixar que só lhe incomodo amanhã, até!


    Saí de mansinho, e ao rabo de olho pra ver se ainda tinha um respaldo da fúria que deixei àquele homem, é seu Joca, dessa vez eu venci. Mal sabe seu Joca que é meu pai, e toda essa enfadonha vontade de fazê-lo me dar o olhar mesmo que com fúria por dentre a íris, é pra ter o olhar de meu pai, que descobrira há pouco quem realmente era. 
    Sou grato a tudo pelo que mamãe me fizera, menos ao fato de esconder que meu vizinho mais próximo era meu pai. E como o mesmo não sabia de tal arte manha? Como pudera ter engravidado sua vizinha de frente e não se propor a cuidar de sua cria, ou como diz mamãe, nem saber da existência do fruto do seu bel-prazer. Acredito mais nela, do que na minha sensação horrenda e indescritível de ter e não ter um pai, de saber e não saber ser filho, e da angústia de não poder dizer de quem eu era filho. Pediu mamãe para que guardasse este segredo, mas antes que eu pudesse perguntar o motivo, ela se foi ao encontro de seu grande amor, Deus.

Jaz aqui então, o meu primeiro conto, não sei bem ao certo se assim posso rotulá-lo, mas que fique assim, gosto mais, mais bonito que dizer fanfic. Nada contra. Mas prefiro "conto", e este é "O conto da padaria", espero que gostem, e por favor, avaliem ao gosto e me digam o que vos fora agradável e desagradável, vou ficar muito grato por qualquer comentário, obrigado pela leitura!

sábado, 7 de setembro de 2013

Casal perfeito

Depois das noites de amor
no lençol, cheiro de licor
marca de beijo no pescoço
estou em pleno alvoroço

E mil loucuras
somos fora do padrão
apelidados de casal doçura
não temos frescuras 

Deitados na rede
a euforia toma conta
misturada com alegria
me faz cócegas, que magia

O futuro nos aguarda
me acompanhe com sua risada
que cai bem em qualquer hora vaga
minha menina, minha joia rara.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Ânimo animal

A cabeça no lugar
Sem soltar as mãos de lá

Não devolva a tua espada
Se desprende do que te faz mal

Alguém te deu um valor próprio
Que tu confundiu com solidão
E o perdeu, em meio a sampa
E as tampas rudes da aflição

Deixa a cabeça se soltar
Largue tuas mãos do teu quindim

Me dá aqui essa espada,
Que agora eu luto por você

Não há mais nada a lamentar
Não há contornos nos desvios
Só há saída se lutar, ânimo,
Que eu tô contigo, não vá desafinar.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

É preciso esperar


Mergulhei nas lágrimas que escorriam
neste momento o sorriso dormia
a senhorita tristeza ria, ria
e a alegria se despedia com a ventania

Uma penumbra total
um isolamento comum
a sombra é a única em quem posso confiar
mas ela some na hora do jantar

O que me resta é escrever
lápis, borracha e algo para beber
nada de musa inspiradora
no coração não há moradora

E nas letras contém meu desabafo
cubro a solidão de abraços
sinto que o amor procura seu espaço
mas isso é devagar, passo a passo.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Palavrão

Solta o riso que o impede
De sorrir
Solta o choro que o impede
De chorar

Eu piso no prego e furo meu pé
E vingo um altivo e bom palavrão
Eu perco um amor com um pé na bunda
E solto então mais um palavrão

Perdi uns amigos com essa mania
Ganhei uns também com alegoria
Alguns ainda insistem em fazer correção
Não dá, deixa quieto esse meu quinhão

Deixo sorrir o que me impede o riso
Deixo descer as lágrimas sem aviso
E xingo por isso e por outros motivos
E xingo por eles serem bem altivos

Para de ser assim tão pacato
É de chatear
Procura tentar algo mais despojado
Xingar não vai magoar




quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Até o mundo acabar


Risada doce como mel
olhar vindo do céu
pele macia feito grama
a verdadeira dama

Possuo pernas pra te seguir
para não te perder por aí
somos Jasmim e Aladdin
mas a história não tem fim

Flores de presente
e um coração para o pingente
meu amor em suas mãos
por favor, não deixe ir ao chão

E vivemos sem roteiro
não tente fugir, sigo teu cheiro
meu bem, sou teu por inteiro
de janeiro a janeiro.

domingo, 18 de agosto de 2013

De par em par

O que te aflige
Me faz sorrir

O que me afaga
Te faz sofrer

O precipício da nossa vida
É só o deslize de viver

O fim da cina é o desabrochar
De uma flor qualquer
De um tom de dó, ré ou mi
De um faz de conta que acabe em si

O sol é o fim da noite
E o fim de nós, é o açoite
O afago da agressão
É o esquecimento em aflição

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Abre alas


No mar de ilusão
naufraguei meu barco alegre
no campo de flores
secou o seu e outros amores

E no céu nublado
procuro meu dia ensolarado
no momento, eu sou o culpado
fiz o errado,  fato

Levou na mala a euforia
rasgou fotos, quebrou retratos
semelhante aos gregos
destruiu os pratos

Prejuízo total
financeiro e sentimental
ciúme extremamente banal
perdoe-me, foi só uma noite de carnaval.

sábado, 10 de agosto de 2013

Teu nome

Não te ter, é como te perder
Eu achei você, em meio aos embrulhos
Os pacotes guardados, o resto dos entulhos

Sabe o amor que a gente evita por descaso
Por embaraço, por solidão, de fato
De certo, do medo de não convir com o passado

Pois decido amar por insanidade
Pois decido amar por confusão com a verdade
Pois achei melhor amar a ti do que viver em sanidade 
Pois pensei melhor no que é amar sem vaidade

Pra não perder mais tempo te abro os braços
Te peço um abraço e um nada mais
Só um abraço largo que resuma o sentimento
Que faça o dia mais bonito, e que tempo passe mais lento

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Olhei pro lado, mas não te vi


Fios de cabelo no travesseiro
edredom exala seu cheiro
espio a cafeteira, sem café
7 de manhã, e estou de pé

Fadiga me consume
na pia, a louça de ontem
para piorar a dor
ligo o rádio, outro som de amor

A sobra é recordação
de falar no pé do ouvido
coisas sem sentido
e apreciar sua reação

Tudo está bagunçado
meio sem noção, fora do padrão
e você só foi na padaria
comprar um real de pão.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Não consentindo com o sentimento

Sei nem o que dizer
Nem sei o que sentir
Mal sei do que pensar
Só sei o mal que faz em mim

Pensei em te ligar
Em ti eu me atei
De repente eu percebi
Que foi a ti que eu me entreguei

O rosto de belos laços
Os castos cabelos cacheados
E o riso cintilante que me faz vibrar

O jeito de me olhar de baixo
O tamanho que me cabe o fardo
E a mania de me fazer amar

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Pipa ou papagaio

E ela vai...
pelo céu ela voa
rezando que não caia uma garoa
literalmente, o tempo voa

Sorriso sai da criança atoa
causa aflição na coroa
de dia entra em harmonia com o vento
de noite nem a vê por perto

Do telhado se solta
ela precisa de corda
vai do jovem ao adulto, sem revolta
quando cai, multidão surge em volta

Com sua rabiola ela provoca
por favor, sem cerol
se puxar com força faz som
é a pipa, que engrandece o sol.


quarta-feira, 24 de julho de 2013

A cada abraço seu

Eu criei certezas
Quem dirá

Tantas impurezas
Pra se curar

Poem o pão na mesa
Faz café pra gente
Senta aqui do lado
Pra gente conversar

A cada gesto do seu jeito
Já disse alguma vez
Que a cada segundo do teu beijo
Eu me faço sem desdém

E pro verso sem final
Calo-me e amém

E a cada abraço escomunal
Eu amo sem porém

sábado, 20 de julho de 2013

Diário de um poeta bêbado (part.2)

E outra breja
sem motivo, festejo
espero a ordem de despejo
dívidas, dívidas, sertanejo

Marrone me entristece
não pela letra, mas pela voz
solidão trouxe-me a ressaca
lágrimas, lágrimas, cadeirada

Briga no bar
meu lado sóbrio se desespera
da minha mente nada se espera

Sangue desce feito cachoeira
sozinho, penso nas bebedeiras
me arrependo, caso queira saber

Pelo visto, a bebida não é a salvação
alcoólicos anônimos, mas só por precaução 
libertar-me desta prisão
e assim, busco minha redenção.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Vinte e Seis

eu vejo e dispenso
a previsão
eu cerco e apresso
a confusão

viajo entre linhas
entrelaço as vias
em abrigo as cinas
do teu riso a cantar

emanar alegria
exaltar ventania
acalmar poesia

soluçar pra dizer
e cantar pra perder
e tirar sua atenção

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Diário de um poeta bêbado (part.1)

Afogo-me no copo de cerveja
espero nela a solução
o inesperado aconteceu
em consequência me encontro no breu

Garçom, fecha a conta
finalmente, doce lar
encaro a vida, ela desmonta
careço de uma fuga, não me capacito a voar

E o sono já não vem
estou vivo, amém
da esperança eu desdenho
relato da vida em desenhos

A bebida é o meu refúgio
metas? fiz repúdio 
sinto que o bar é minha casa
garçom, outra garrafa.

sábado, 6 de julho de 2013

The man with a bottle of beer


Não dá pra dizer nada, 
que você não saiba
Não dá pra pedir nada,
que você não faz.

Me conta outra piada, 
que isso vai mudar
Me conta outra mentira,
que tu vai parar.

Ela já se cansou também,
e todos nós
Um já se foi meu bem,
tu viu o atroz.

E ainda insiste de novo,
nessa bebedeira
E ainda implica de novo,
se eu vulgo besteira.

I think you need a time,
for you, for you thinking
I think you need living
with me, with your family.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Universo de amores


Dona da noite, rainha da madrugada
olhar reflete a lua prateada
mulher quente como Vênus
fria feito Urano

Orgulho grande como Júpiter
amor pequeno feito Mercúrio
vermelhidão toma conta de mim
feito marte e seu jardim

Levemente toco em ti, me sinto no sol
estrelas lhe darei para brincar no quintal
o anel de saturno portará, formaremos um casal
seja bem-vinda ao meu sistema solar

Um buraco negro de solidão
não terás se me ceder a mão
nem o astronauta saberá explicar
ele dirá:"Lua e sol brincavam de amar"

Minha morada terá condições de viver
coisas que só a Terra pode oferecer
satélites te vigiarão por toda parte
te descobrirei como "curiosity" faz em marte.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Pra você ler e desejar


É fruto de nós o que consumimos
Noia do algoz o vil compromisso
Sentimos saudade, batemos á porta
Quem sabe se abre ou deixe pra depois

Guardei por relentos, essa vergonha
Opulência genérica, coisa do amor
Só calei os dedos pra não lhe despojar
E te fazer corar e fugir de mim

Mas quem sabe talvez eu me entrego
Deixar revelar e o amor relevar
Deixar saltitar e nós dois se envolver
Concluir nosso amor entre versos a mais
Volver coração ao algoz, capataz
Mexer com os casais com o nosso sorriso
Conter a vontade de te beijar
Trocar essa força por um forte abraço
Terminar o dia com um beijo teu
Jogar fora qualquer e todo ritmo
Pois minha poesia pra ti é assim
Não tem cadência, nem harmonia
É tênue e rígida, é fria e linda
Cor de folha seca com brilho de alegria
Não é de nós dois é do destino
Deixe pra depois esses teus casinhos

segunda-feira, 24 de junho de 2013

De nós nada restou


E de repente acabou
o amor terminou
o que sobrou foi poeira, mas o vento levou
nada de nós restou

O seu perfume não exala pela casa
sua voz não ecoa nos quartos
seu cheiro não se prende aos lençóis
nada restou de nós

Ainda gosto de ti
faz falta teu sorriso
acariciar teus fios de cabelo
semelhantes ao da Tainá
sim, aquela índia lá

Saiu, deixou o portão aberto
esperando que se feche com o tempo
uma pedra o impede de fechar
se voltar, não precisa bater
é só entrar..

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Licor, Li cor

É independente de mim
Como solvente pro amor
Age feito licor, elixir
Sente falta do avô, sai daqui

Eu bebi, eu tomei, umas vezes
Saltitei, bambeei, e dormi
Só senti na ressaca depois

A cabeça animava, o coração também
Sei que por dentro chorava, nada bem
Mas e daí? Deixa ser, melhor que só
Sem o avô, que já foi-se em pó

E o argumento da sensatez
É o afago do pecado e da balela
Que tu me empunhas toda vez

domingo, 16 de junho de 2013

Tenho uma nega chamada Tereza


Sinônimo de beleza
mostrando toda sua clareza
é uma obra da natureza
a minha dona Tereza

No meu jardim
ela se destaca, é a única amada
traz a leveza da casa
se sei voar, ela é minha asa

De solidão nunca ouvi falar
Tereza está sempre a me acompanhar
mulher da minha vida
prometo nunca lhe causar ferida

Que seja eterno enquanto dure
e que dure para sempre
sinônimo de felicidade, é andar ao teu lado

Um anjo que do céu despencou
olhei para ti e o amor aconteceu
Tereza, se fosse Julieta
eu seria Romeu.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Dia dos Namorados

Que dia chato, 
Alegre e molhado.

Cheio de beijo,
Presentes e abraços.

Uma mão cá,
outra acolá.

É um mafuá, uma confusão
É fila no banco da praça
É saudade pros que estão longe
É inveja pros que estão só
É indiferente pra quem tá casado
Bom eu acho, pois é dia dos namorados.

domingo, 9 de junho de 2013

Retorne ao amanhecer

O espelho reflete tua imagem
teu carro permanece na garagem
uma interina passagem
de alguém que deixou saudade

Creio na miragem
um amor célere 
decepção, ilusão
resultou em solidão

Nem sorriu
característica viril
sem carta de despedida
o vazio encontrou a saída

Quem sabe haja uma colisão
e o ocorrido, não seja em vão
caso regresse 
já comprei o pão.