quinta-feira, 24 de abril de 2014

Folclore

não sou belo
não ganho um salário
sou banguelo
isso me faz hilário

não sou rico
sou bem o oposto
me defino talarico
que causa desgosto

não sou modesto
escrevo muito bem
romance eu detesto
mas poetizo também

chegou o meu fim
não há o que falar
creio que sou assim
mais um dito popular.

domingo, 13 de abril de 2014

Vida em partes

O tempo faz de nós prisioneiros do amor
daquele que foi e nunca mais voltou
dos que fazem saborear a dor
e, por fim, nem poeira sobrou

Faz pensar se a vida vale a pena
põe em dúvida a sua força
obriga a escrever poemas
e esquecer de lavar a louça

Traz lembranças ruins
e ter que viver momentos vividos
não é tempo de serafins
mas restou os ruídos

Não temos que voltar ao eixo
irá se repetir a estória
somos capazes de mudar o contexto
mas nunca a trajetória.

Pra quem ouviu de amor demais

A vontade dói
Porque cresce demais.
Não cabe mais, corrói,
E me destrói um pouco mais.

A saudade rói,
Porque não quer sair de casa.
Ouviu dizeres do orgulho,
E preferiu fechar as asas.

Fato que o amor é mais que tudo.
Mas nem sempre amar é o bastante,
Não é só ter fé, fazer barulho,
Tem que mostrar ser obstante.

Faço então uma canoa, 
Pra que ela possa navegar,
Sem cisma alguma, sem coroa,
E pra quem quiser vai se entregar.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Mexendo nos teclados

Ah! se eu soubesse meditar!
E editar os contextos da vida;
Quão bom seria sobrevoar,
Os males sujos congruentes da pista.

Já imaginou o que de errado teria?
Nada, é o que se diz nessa poesia.
Viver cortando os panos e tapando
Todo insano encanto que façamos.

Fugir dos contrastes e das incertezas.
Acabar com as impurezas e então envaidecer.
Nos tirar as inerências que nos fazem padecer.
Convencer a natureza pra não deixar envelhecer.

É só mexer alguns dedinhos, usar o mouse, fazer carinho.
Estancar o grito em alguns cliques, mudar o dia, trocar apliques.
Embebedar a realidade com simplicidade na edição.
Esmagar toda verdade numa fria solução

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Conflitos e confissões

Sei que caça um amor
daqueles que levam ao céu
os que não guardam rancor
e de fim, há um anel

Sei que não se arrisca
que tem medo de se entregar
quem não arrisca, não petisca
é melhor se apaixonar

Está possuída pela insegurança
se perde na própria trilha
és linda, tenha confiança
cuidado com sua armadilha

Posso ser a solução
o rapaz que procura
ou eu seja a razão
dessa louca tontura.