sente nesse balanço
veja se vão te empurrar
ou brinque sozinho, seja independente
ainda assim, devagar, o tempo por vezes voa
e os relógios, uma hora, levam nossas memórias
nessa batida de tempo, baterá suas asas
pensará em ignorar teus pés
que tanto fez força para se equilibrar
mas pés no chão
cairá mesmo após aprender a correr
ou melhor, planar
faço presença a te reerguer
os malabarismos para te segurar
mas teus ralados irão aparecer
quando ninguém estiver perto a notar
tuas penas há de caírem
é da tua espécie esses ferimentos surgirem
rasos, profundos, internos e externos
saberá lidar sozinho
feito um forte passarinho
que apressado, tropeçou e caiu do ninho
sabiá, sabichão
bem-te-vi, quero-quero te ver bem
beija-flor mais preciosa que é tua mãe
canário-da-terra declarará independência
meu joão-de-barro, amor à sua residência