quinta-feira, 30 de junho de 2016

Desculpas

Preta, esqueça o que eu fiz
ou melhor, o que deixei de fazer
lamento pelas putas que julguei imperatriz 
e pelo homem que prometi ser

Pelos goles que passaram do ponto
os ponteiros que andaram atrasados
por cada noite que se transformou em conto
por cada dia que não passei ao teu lado

Aquele ramo de flores que não trouxe
aquela felicidade que não pude dar
o caminho mais curto que fosse
não estava lá para lhe acompanhar

O beijo que jurei 
o abraço que não dei
os filhos que não criei
perdão, Preta, pequei. 

terça-feira, 21 de junho de 2016

meu coração morreu

still beating
walking and feeling
but not living
just breathing
spending blood and turning me silly

ainda batendo
beirando loucura
falando idiomas
que fogem da própria literatura

la kompreno
la freneza mizero
alportas reflekto tempo
volante perdis pasio


e segue em função biológica
perdendo a graça, a retórica
esvaziando e se enchendo com o tempo
transando a saúde e a lógica ao vento

thinking about the jumento
que esqueceu de se find inside dentro 
the old and good reason do empreendimento
que é a ficção do sentir

cabe somente ao instante,
não obstante viatura do peito,
alarmando pavio inconstante.
explosão no ego, eu me deito.

traduzindo pro melhor entendimento

ainda batendo
caminhando e sentindo
não vivendo
respirando
gastando sangue e me abobecendo

ainda batendo
beirando loucura
falando idiomas
que fogem da própria literatura

o compreendimento
da insana aflição
traz reflexo do tempo
perdido querendo paixão

e segue em função biológica
perdendo a graça, a retórica
esvaziando e se enchendo com o tempo
transando a saúde e a lógica ao vento

pensando sobre o jumento
que esqueceu de se encontrar dentro 
a velha e boa razão do empreendimento
que é a ficção do sentir

cabe somente ao instante,
não obstante viatura do peito,
alarmando pavio inconstante.
explosão no ego, eu me deito.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Todos e alguns

O peito soluçou 
leia sede de amor
a cabeça bem que retrucou
porém o corpo sentiu calor

A carne é fraca, logo cede a pressão
as lágrimas, protagonistas um dia, escondem-se em algum canto do ser
não há mais saída, é carnaval no coração
seja o mais nobre folião, deixe o bloco aparecer

Alma se encontra entregue
a razão longe de fazer presença
sentimento não sóbrio, logo é alegre
torna-se uma grande crença 

Quando perguntado, desmente
ações incompreensíveis serão comuns
transformou-se em dominação ao crente
sentimento de todos e alguns.