Nem as manhãs de sol quente
muito menos as noites fartas de estrelas
ou tardes de um vermelho estridente
sequer aquelas madrugadas as estribeiras
Sobre balanço do mar, ignora a beleza
o teto da terra queimando em azul, não desperta o apetite
nem mesmo o céu pálido estimula a tristeza
ou o verde do mato faz com que reflite
Damas, rapazes, homens, mulheres, sem comoção
altos, baixas, solitários ou casadas
negros, loiras, ruivos, morenas, insaciam a inspiração
das novas as mais velhas são dispensadas
Dádivas de um amor correspondido
a melancolia de uma gorda saudade
nem ao menos a alegria de um sorridente domingo
ou abalos de um cotidiano covarde
A própria boemia não o atiça
os maços não compõe as rimas
órfãos de um pai que as esqueceu
as boas, as más, as línguas decretam: O poeta morreu.