sábado, 31 de outubro de 2015

O que é, o que é?

Teorias formadas não passam de teorias
enigmas intermináveis fazem parte da trama
num dia, um embalado desfile de alegorias 
em outros, uma manifestação intensa de drama 

Nem venha com as tais conspirações 
a percepção não requer humanidade
segredos acobertados em subdimensões
mistérios e lendas da vaidade

Manipulam e tomam sua razão
um forte relacionamento com o poder
provocantes com a eterna indecisão
é improvável a virilidade não ceder

Jogos que testam o lado oposto
os mesmos se desgastam e torram a paciência
no entanto, não abdicam do gosto 
e agonizam por tal ausência

Espantam atitudes compreensíveis 
e sempre dão um toque a mais 
livros longe de serem legíveis 
livres de autores e pontos finais.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

No amor não coube esperteza

enquanto aurora você sorria.
brilhava o sol no creme dos teus cabelos!
e eu com a mesma cara de derrotado;
pela vontade de me ter nos teus beijos.

o amor tampouco salvou o poeta!
quanto excomungou a tristeza;
se bem que eles são pares...
não coube a ele avareza.

ela chora quando lembra dos risos;
reclama das minhas roubadas ;
e ri das lágrimas dadas,
por um teto qui si foi ao piso.

se amar é assim tão disperso!
admito que disso eu mais quero!
entender o que é incompleto!
e viver por inteiro o incorreto!

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Tic tac

As águas de março levaram o nosso amor
os destroços estão espalhados pelo resto do ano
os outros meses foram manchados por puro rancor
e os finais de semana sofreram irreversíveis danos

O calendário se tornou páginas ao vento
as horas dominam e brincam com os dias
as paredes estão rabiscadas de lamentos
as noites são inquietas e frias 

Ampulhetas dispersadas pelo lar
e o agoniante tic tac faz ninho na mente
relógios cronometram até resolver voltar
e os ponteiros estão cada vez mais displicentes

No entanto, o tempo é generoso
sempre passa num piscar de olhos
esquecerei todo esse alvoroço
enterrarei nossos destroços 

Há de chegar fevereiro 
o corpo se desmancha em vendaval
os pés se animam por primeiro
e meu coração volta a ser do carnaval.