domingo, 24 de abril de 2016

pequeno pedaço de confusão

que
por
teu dia se faz em noite
boêmio que só se cansa
e não se anima

por
onde
fica sua grande vontadezinha
de querer se recompor

guarda junto à poesia
aquela nunca antes dita
ou então a mais bonita
fina prosa de viver

tá acumulando falta de brilho
e se afogando na própria lucidez
abismo
a esmo

descontrolado se faz em riso
se apegando sempre ao sem razão
tal
vez
você ela perdeu

terça-feira, 19 de abril de 2016

Vai e vem das coisas

A onda que quebra na areia
não resiste e volta ao mar
a doida que rotula-se freira
não aguenta, volta a pecar

O cachorro que contempla a rua
é o mesmo que arranha o portão para entrar
até o astronauta que pisou na lua
viu qual era o seu lugar

O lutador que vai ao chão
se ergue e o último golpe tentará
e as flores que no outono cairão
retornam na primavera, tudo renascerá

O boomerang que insiste em voar
porém, indeciso, regressa
o ioiô que vive a despencar
sempre retorna numa pressa

Os amigos que se perdem dos seus
pedirão desculpas, quem sabe perdão
o casal que briga e diz adeus
logo, logo se amarão
ou não.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

falando dela de fino pronto

nós é tudo desbocado, se diz poeta pra andar de lado
cas coisa que nós diz ser de fino trato
a gente somo é tudo um bando de desafinado

no canto, na vida, no coletivo fino que ensina
pra nós do amor e a mesma vida que te xinga
dizendo pra tu como sempre deixar de ser animado

como tu e nós todos sabem,
o dia sempre vai ser bom como alguém
que te desafina
e te distrai no trem

como se ainda houvesse pra todo o mal um porém
um sorriso afinado junto com um nariz também
e um olho puxado fino como a finesse que só ela tem

mas bobo coração me deixa parar de falar um pouco dela amém?
ela é como os erro desse texto que o corretor deixou passar de bem
pra eu não ter que dividir com a tinta a doçura que essa mina tem

deixo em meio eletrônico, enquanto ela me solta um riso polifônico
que faz as batidas do meu coração querer acompanhar
e meu jeito é ficar estático meio atônito
pra ver se ela para pra me beijar

quinta-feira, 7 de abril de 2016

sobre ser quem quero e não quem sou

depois de errar o início
e ser ao fracasso propício
me indico o pavio curto
tornando são o meu surto

cavalgando de bike no muro
em um dos lados seguro
pra ver se consigo saltar

todos riem dou urros
e não me sinto seguro
desisto então de voar

os pais nos dizem dos prumos
vizinhos que fazem de tudo
não deixam a vida passar

antes de chegar no meio
e ter por fim o meu beijo
eles me veem apuros
com todas parcelas e juros

promessas que fiz em outubro
quando me pus vir ao mundo
com tanto mundo a mudar

talvez eu mude de ideia
quem sabe até sem plateia
eu seja alguém a pensar

faço na boca a diarreia
das bobagens em apneia
quando não tenho o 'respirar'

eu sendo sempre mudança
talvez não exista mudar
segue fiel a esperança
pra esta vida pastar